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Repórter especial de economia em Brasília

Queda do petróleo prejudica caixa dos governos, mas traz oportunidade para trégua

Estados são muito dependentes das receitas do ICMS que incide sobre os combustíveis e a União também perde com menos arrecadação e receita de royalties

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Por Adriana Fernandes
Atualização:

O choque às avessas do petróleo no mercado internacional, que já provocou um tombo nos preços, derrubou as Bolsas de Valores do mundo todo e elevou a cotação do dólar ao patamar próximo de R$ 5, chega ao Brasil num momento dos mais delicados de conflagração política e incertezas na economia. 

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A lenta recuperação do Produto Interno Bruto (PIB) e a “guerra” do governo com o Congresso na negociação, diga-se ainda não concluída, do Orçamento deste ano mostrou que não há “blindagem” na economia ao cenário adverso. Ponto negativo para o Brasil.

De positivo, o quadro internacional turbulento pode servir para uma trégua e diálogo com a aprovação demedidas emergenciais, como defendeu na noite de domingo, 8, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ou dinamitar ainda mais as pontes. Como mostrou o Estado, deputados bolsonaristas se articulam para votar contra o novo projeto de lei enviado pelo próprio governo. 

A queda dos preços dos combustíveis (boa, em geral, para o consumidor desse insumo que é básico para a economia) é ruim para o caixa dos governantes, sobretudo dos governadores. Os Estados são muito dependentes das receitas do ICMS que incide sobre os combustíveis e a maioria está em dificuldade financeira. Os governos, inclusive a União, também perdem com menos arrecadação e receita de royalties.

As contas da Petrobrás também podem sofrer com a mais recente crise com menos receita, se acompanhar a paridade do preço internacional. 

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De olho no seu eleitor, o presidente Jair Bolsonaro vem travado nos últimos meses uma “guerrilha” com os governadores em torno do preço da gasolina e do diesel.

O presidente chegou a desafiar os governos estaduais a reduzir os tributos para os preços caírem, o que só azedou o ambiente político nos Estados e no Congresso.  Se insistir no conflito e optar por tumultuar o ambiente neste momento, o presidente só tende a piorar o estresse. 

O momento exigirá mais do que nunca liderança do governo para enfrentar o impacto dos ventos externos na economia brasileira, como definiu à coluna um integrante da equipe econômica.

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