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Queda dos juros reduz rentabilidade real da poupança

Por Ricardo Leopoldo
Atualização:

A redução da taxa juro real fez com que o rendimento da caderneta de poupança, descontado o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), caísse de 58,8% entre 1995 e 2002 para 21,6% entre 2003 e novembro de 2010, segundo estudo da consultoria Economatica, divulgado hoje. "Como a remuneração da poupança está vinculada à variação dos juros, a redução da taxa real provocou essa queda", comentou o economista sênior do JP Morgan, Júlio Callegari. A taxa Selic média anual, descontada a inflação, caiu de 15,7% entre 1995 e 2002, para 8,3% entre 2003 e novembro de 2010, de acordo com cálculo feito pela economista-chefe da Rosenberg e Associados, Thaís Zara.Uma contrapartida da redução dos juros nos últimos oito anos, com o incremento do consumo interno, foi a melhora do faturamento das empresas com papéis negociados em bolsa de valores, o que se refletiu diretamente no desempenho do mercado de renda variável. Segundo a Economatica, o Ibovespa subiu 26,8% em termos reais entre 1995 e 2002 e saltou para 286,5% de 2003 a 2010. "Na medida em que os juros passaram a cair no decorrer dos anos, outras opções de ativos, como títulos de empresas, se tornaram mais atraentes para os aplicadores", ressaltou Callegari.A melhora do crescimento econômico foi outro fator que aumentou a confiança dos investidores em ações de empresas, pois melhoraram as perspectivas de rentabilidade das companhias no longo prazo. De 1995 a 2002, a evolução média do Produto Interno Bruto (PIB) foi de 2,30%. Houve alta de 3,98% de 2003 a 2010, quando é levado em consideração que o País neste ano vai avançar 7,5%.

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