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Queda dos preços de combustíveis começa a desacelerar

Impulsionado pelos preços do varejo e também pela queda na desaceleração dos combustíveis no atacado, a segunda prévia do IGP-M de janeiro "tem boas chances" de registrar taxa acima da primeira prévia.

Por Agencia Estado
Atualização:

A queda dos preços de combustíveis vendidos no atacado começou a desacelerar. Segundo o coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros, este setor manteve queda na primeira prévia do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) de janeiro, com baixa de 0,42%. Na primeira prévia do indicador em dezembro, a queda foi maior, de 2,10%. "Pode ser o começo de uma transição", disse o economista. Quadros comentou ainda que a forte demanda, que está acima da oferta devido ao período de entressafra, contribui para a alta dos preços do álcool no início de janeiro. Na tarde de hoje, os ministros Antonio Palocci (Fazenda)e Roberto Rodrigues (Agricultura) participam de reunião com usineiros para discussão sobre o preço do álcool. Dentro do Ministério da Fazenda, existe resistência à proposta feita pelo Ministério da Agricultura de abrir uma linha de financiamento de R$ 1 bilhão para os produtores de álcool. Pela idéia, em troca do financiamento, os usineiros de álcool manteriam o preço médio do produto no atacado em R$1 o litro. Para economista, IGP-M continuará subindo Impulsionado pelos preços do varejo e também pela queda na desaceleração dos combustíveis no atacado, a segunda prévia do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) de janeiro "tem boas chances" de registrar taxa acima da primeira prévia do indicador deste mês, que foi de +0,40%, afirma Quadros. Com a tendência de alta para a inflação, o Banco Central pode vir a ter mais cautela na hora de avaliar a diminuição da Selic, a taxa básica de juros (atualmente em 18% ao ano), na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Isso contraria a idéia lançada anteriormente, de que com o baixo resultado da produção industrial de novembro (com aceleração de 0,6% em relação a outubro), o crescimento do País ficaria mais fraco, o que geraria menos necessidade de controle do consumo - em linhas gerais, o que poderia acelerar a diminuição da Selic. O economista ainda minimizou essa aceleração de taxas de inflação, lembrando que os aumentos de preços já são esperados em janeiro. Porém, fez uma ressalva: é preciso acompanhar com atenção o álcool no atacado, cujos preços começaram a apresentar elevação, pois ele pode impactar fortemente a inflação do atacado. Produtos siderúrgicos ficam mais caros Na primeira prévia do IGP-M de janeiro, os preços de produtos siderúrgicos aceleraram no atacado. Ferro, Aço e Derivados, por exemplo, ficaram 0,13% mais caros. Em dezembro, a prévia havia apontado aumento de 0,04%. Quadros comentou que os preços, após encerrarem o ano de 2005 em deflação forte, se recuperam no início de 2006. "Os preços do setor não podiam continuar caindo para sempre. As condições do mercado (interno e externo) não estão mais tão desfavoráveis para as elevações", disse. O economista não descartou a possibilidade de, nas próximas apurações dos indicadores de inflação em janeiro, os preços do setor registrem novas acelerações.

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