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Queda menor de juros é responsável por desemprego, diz IBGE

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Por Agencia Estado
Atualização:

O gerente da Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE, Cimar Azeredo Pereira, atribuiu o crescimento do desemprego em março à queda das taxas de juros em intensidade menor do que a esperada pelos empresários. "Havia no início do ano a expectativa dos investidores de queda maior dos juros. Com os juros muito elevados, não houve abertura de novas vagas em número suficiente para absorver a demanda", disse. Ele avaliou que os dados do mercado de trabalho em março mostram que a situação "está muito longe de ser favorável". Ele disse que o salto da taxa de desemprego para 12,8%, ante 12% em fevereiro deste ano e 12,1% de março do ano passado, é "preocupante". Segundo Pereira, "era de esperar que houvesse um crescimento da desocupação, mas não dessa ordem". Ele explicou que há um aumento sazonal do desemprego em março, mas que o crescimento surpreendeu pela intensidade e pela velocidade. Segundo ele, é histórico o aumento da taxa de desemprego no primeiro semestre do ano, mas preocupa o fato de que a taxa tenha chegado a 12,8% já em março deste ano, em patamar só alcançado, nos seis primeiros meses do ano passado, em maio (12,8%). Procura por emprego aumenta mais que número de vagas abertura de novas vagas no mercado de trabalho em março não foi suficiente para absorver o significativo aumento da procura por emprego, segundo salientou Cimar Azeredo Pereira. Havia 2,7 milhões de desempregados à procura de trabalho nas seis regiões pesquisadas em março, ou 203 mil pessoas a mais do que em fevereiro, com crescimento de 8,1% de um mês para o outro. A ocupação no período, ao contrário, cresceu apenas 0,4%, variação considerada como "estabilidade" pelo IBGE, com criação de apenas 81 mil vagas. Entre os desocupados, em março, a maior parte estava na faixa etária de 25 a 49 anos (46,8%) e 43% tinham 11 anos ou mais de estudo, ou seja, pelo menos o segundo grau completo. Além disso, do total de desocupados, 80% já trabalharam anteriormente e apenas 20% estavam buscando uma ocupação pela primeira vez, como estudantes ou donas de casa que decidiram buscar uma vaga.

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