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Queda na receita atinge grandes e pequenos supermercados

Por Agencia Estado
Atualização:

A substituição de produtos caros por mais baratos não é privilégio das grandes cadeias de supermercados. A tendência foi detectada no primeiro semestre nas maiores redes, mas também chegou às empresas de médio e pequeno porte, que não pertencem a grandes grupos. De acordo com pesquisa realizada pelo Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios do Estado de São Paulo (Sincovaga) com 100 empresas da Grande São Paulo, no primeiro semestre as vendas reais caíram 5,1% em relação ao mesmo período do ano passado. Só em junho a perda foi de 1,4% na comparação com maio e de 6,4% ante junho de 2001. Em julho, segundo dados preliminares ainda não divulgados, o setor continua a amargar perda de faturamento. "Estamos vendendo a mesma quantidade, mas o faturamento está caindo", disse o presidente do sindicato, Wilson Tanaka, que reúne supermercados independentes. Com a perda de renda do consumidor e o desemprego, estaria ocorrendo uma migração dentro das mesmas categorias de produtos. Ou seja, as famílias continuam comprando os mesmos artigos, mas estão preferindo as marcas mais baratas. Para o assessor econômico do Sincovaga, Leonel Tinoco, responsável pela pesquisa, a crise afeta mais os pequenos, porque têm menor poder de fogo na negociação com fornecedores e nas campanhas de marketing. "Até as compras de emergência que são feitas nos supermercados de vizinhança estão sendo deixadas de lado", disse. Nas grandes redes, o faturamento no primeiro semestre caiu 2%, segundo levantamento da Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Para o presidente da Associação Paulista de Supermercados (Apas), Omar Assaf, a migração do consumidor para marcas mais baratas não é um fenômeno novo. O receio de experimentar vem sendo abandonado desde o início da década de 90, com os planos econômicos. Depois do Plano Real, com o fim da inflação e os avanços tecnológicos, o abismo entre as marcas de primeira e segunda linha começou a diminuir. Após a desvalorização cambial, em 1999 com o encolhimento da renda, a migração tornou-se ainda mais freqüente. Do ano passado para cá, intensificou-se em razão da crise econômica. "Empresas tradicionais deixaram de se valer tanto do valor de sua marca", afirmou Assaf. Segundo o presidente da Apas, essas companhias fizeram modificações em seu mix de produtos para atender à demanda das classes C, D e E, que vem aumentando de tamanho nos últimos anos.

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