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Queda nas importações provocou o melhor saldo comercial desde 1994

Por Agencia Estado
Atualização:

A queda nos preços levou à aceleração no declínio das exportações em todas as classes de produtos no primeiro bimestre, segundo a Fundação Centro de Estudos de Comércio Exterior (Funcex), em boletim divulgado nesta quarta-feira. A queda no quantum (volume) exportado dos manufaturados foi ainda mais expressiva. A redução de 11,5% do valor exportado em comparação com o mesmo período de 2001 foi, no entanto, de acordo com a Funcex, "mais do que compensada" pela diminuição de 20,2% das importações, de tal forma que o saldo comercial no período alcançou US$ 434 milhões, uma "melhoria absoluta" de mais de US$ 800 milhões em relação aos dois primeiros meses do ano passado. "Este saldo é o melhor já obtido em um primeiro bimestre desde o início do Plano Real", observou. Segundo o boletim da Funcex, "o quantum de exportações de manufaturados está estagnado (com ligeira tendência de queda) desde os primeiros meses de 2001, em decorrência do acentuado declínio das exportações para o mercado argentino". No entanto, prossegue o boletim, o dinamismo dos produtos básicos tem sustentado o desempenho do total das exportações. A queda de US$ 654 milhões nas exportações de manufaturados no primeiro bimestre deste ano, ante igual período do ano passado, foi provocada especialmente pela Argentina, segundo a fundação. Os argentinos recebiam, no ano passado, cerca de 15% dos manufaturados do Brasil enviados ao mercado externo. Como salientou o boletim, as exportações desses produtos para a Argentina caíram 70% no primeiro bimestre deste ano ante igual período do ano passado. O boletim destacou também as quedas de valor das importações no primeiro bimestre deste ano, que "foram bastante expressivas e generalizadas entre as categorias de uso, especialmente quando se tem em conta as reduzidas variações (para mais ou para menos) registradas até o final do ano passado". As maiores quedas ocorreram em combustíveis (-44,6%) e bens duráveis (-44,3%), e a menor foi registrada nos bens não-duráveis (-5%). Para a Funcex, este comportamento representou um aprofundamento da tendência de queda que já se observava desde meados de 2001. No entanto, segundo o boletim, o desempenho neste primeiro bimestre foi "de tal modo negativo" que os valores acumulados em 12 meses retrocederam a níveis similares aos dos primeiros meses de 1999. O "caso mais dramático", segundo a fundação, diz respeito às importações de bens não-duráveis, que atingiram seu valor mais baixo desde abril de 1995.

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