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Queda no consumo puxa retração maior do PIB dos EUA

Por Gustavo Nicoletta
Atualização:

Os gastos dos consumidores nos Estados Unidos, que correspondem a 70% da atividade econômica do país, foram revisados em baixa para uma queda de 3,7% no terceiro trimestre deste ano, em comparação ao declínio de 3,1% estimado anteriormente. A queda subtraiu 2,69 pontos porcentuais do Produto Interno Bruto (PIB) no período entre julho e setembro de 2008, que registrou o declínio mais acentuado em sete anos. A economia norte-americana teve retração à taxa anualizada de 0,5% no terceiro trimestre, o que representa a maior queda desde o declínio de 1,4% registrado no terceiro trimestre de 2001, de acordo com o Departamento do Comércio dos EUA. Na estimativa anterior, o PIB dos EUA havia apresentado contração de 0,3% no período entre julho e setembro deste ano. As compras de bens de consumo duráveis - produtos projetados para durar por, no mínimo, três anos - caíram 15,2% de julho a setembro, ante queda de 14,1% estimada anteriormente e declínio de 2,8% no período entre abril e junho deste ano. Os gastos com bens de consumo não duráveis recuaram 6,9%, enquanto os gastos com serviços permaneceram inalterados. Os gastos das empresas recuaram 1,5% no terceiro trimestre, em comparação a um declínio de 1% estimado anteriormente. No segundo trimestre, os gastos subiram 2,5%. Os investimentos em estruturas subiram 6,6% no terceiro trimestre, enquanto os investimentos em equipamentos e softwares recuaram 5,7%. O lucro das empresas depois dos impostos caiu 3% no período, para US$ 1,302 trilhão, após recuar 0,4% no segundo trimestre e 7,7% no primeiro trimestre. Em comparação ao mesmo trimestre do ano passado, o lucro caiu 9,9%. O relatório do Departamento do Comércio mostrou que os estoques das empresas caíram US$ 29,1 bilhões no terceiro trimestre. Na estimativa anterior, a queda foi projetada em US$ 38,5 bilhões. O ritmo menos acentuado na redução dos estoques no período em comparação ao trimestre anterior, quando as empresas liquidaram US$ 50,6 bilhões em estoques, contribuiu para fortalecer o PIB em 0,89 ponto porcentual. O comércio exterior incrementou o PIB em 1,07 ponto porcentual entre julho e setembro, contribuindo para amenizar o impacto negativo dos gastos de consumidores. As importações no período recuaram 3,2%, em comparação à projeção inicial de um declínio de 1,9%, enquanto as exportações tiveram alta de 3,4%, ante aumento de 5,9% na previsão anterior. Os investimentos em ativos residenciais fixos, que incluem gastos imobiliários, caíram 17,6% no terceiro trimestre, em comparação a uma queda de 19,1% calculada originalmente. No trimestre anterior, a queda foi de 13,3%. As vendas reais finais do produto doméstico, representado pelo PIB menos a alteração nos estoques privados, caiu 1,4% no terceiro trimestre. Na prévia, o indicador havia subido 0,8%. No segundo trimestre, as vendas subiram 4,4%. Os gastos do governo federal subiram 13,6% no terceiro trimestre, em comparação a uma estimativa inicial de aumento de 13,8%. No trimestre anterior, os gastos cresceram 6,6%. As despesas de governos locais e estaduais subiram 0,8%. As informações são da Dow Jones.

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