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Quem chegou lá aponta o caminho

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Por Redação
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Um grupo de pequenos empresários consegue demonstrar, na prática, que consolidar parcerias com grandes corporações ajuda, e muito, a alavancar os negócios. Mais do que isso: esse grupo conseguiu melhorar seu patamar no mercado.Um desses felizes empreendedores é Marcelo Yeiri Marinho, dono da CPF Parafusos, de Aracaju. A empresa era um pequeno comércio que atendia seus clientes no segmento de fixadores. A partir de 2007, o negócio ingressou no programa de encadeamento produtivo do Sebrae. E tudo mudou. De lá para cá, o empreendimento sextuplicou seu resultado financeiro e faturou R$ 6,8 milhões no ano passado. A razão para o crescimento foi uma mudança radical, a empresa deixou de ser comércio para transformar-se em indústria. A recomendação foi feita pela Petrobrás. A multinacional já era cliente do negócio e sugeriu que Marinho participasse do programa mantido pelo Sebrae."Participamos de um workshop da empresa, ela pretendia mapear as necessidades dos fornecedores. Uma delas era a de termos fabricação própria", conta Marinho. O empresário empregou R$ 400 mil na transformação e hoje sua produção é de 20 mil toneladas. "Tínhamos apenas o objetivo de sobreviver. Hoje, 80% das nossas vendas são para outros estados", analisa Marinho.A Soma Usinagem, que fabrica componentes mecânicos para processo de usinagem em Lafaiete (MG), também colheu frutos interessantes ao aderir ao programa de encadeamento. A oportunidade surgiu a partir de um convite, feito ainda em 2011 pela Gerdau. O primeiro benefício para a pequena empresa foi aprimorar a organização. "Viramos a empresa do avesso", lembra Renato Henriques Serafim, proprietário da Soma. Isso ocorreu, segundo ele, porque o apoio e a consultoria que recebeu lhe possibilitaram enxergar suas deficiências. "A empresa era como um guarda-roupas, íamos colocando (as roupas) para dentro, mas precisávamos organizá-las." O ganho principal, no entanto, foi em gestão. "Melhoramos recursos humanos, marketing, sustentabilidade, negociação e apuração de resultados."A empresa, conta Serafim, reduziu em 40% seus custos mensais e obteve ganhos também na produtividade dos funcionários. "Reduzimos horas extras e também o absenteísmo, que passou de 10% para 3%", conta o empreendedor.Atualmente, o principal desafio da empresa é reduzir o nível de dependência da Gerdau, que durante muito tempo foi o único cliente do pequeno empreendedor. "Ganhamos visibilidade e, com isso, novos clientes", explica Serafim, que conduziu o negócio a um faturamento, no ano passado, de R$ 3,2 milhões. A exposição que apenas uma parceria com o grande negócio permite também ajudou muito Ozório Rezende Correia Filho, dono da Pred Engenharia, de Vitória (ES). A empresa desenvolveu um software que promete reduzir em até 25% o custo de manutenção para seus clientes - o negócio ingressou no programa do Sebrae a convite da Vale. "Foi um divisor de águas", define Rezende. De 2012 a 2013, o faturamento do empreendimento aumentou 78%, chegando a R$ 3 milhões.A Petrobrás, que ajudou a CPF Parafusos, também beneficiou outro pequeno negócio, a Jevin. A empresa aluga rádios para comunicação das equipes nas plataformas de extração de petróleo e ainda realiza projetos para implantação do sistema de comunicação via satélite. Há 15 anos, a estatal era responsável por 90% do faturamento do empreendimento. Hoje, esse porcentual é de 20% - a Jevin faturou R$ 24 milhões em 2013.As parcerias também funcionam no comércio. A fazenda Direto da Serra, de Mogi das Cruzes (SP), faturou pouco mais de R$ 9 milhões em 2013, quase metade (47%) veio da produção de orgânicos para a rede Pão de Açúcar. A parceria começou em 2004, mas ganhou importância quando o negócio passou a produzir itens para a marca própria do grupo, a Taeq. Empresários contam como atendem bem negócios do porte da Petrobrás, Vale e Pão de Açúcar

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