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Quem compra mais também dá mais calote

Inadimplência é maior entre os que ganham até R$ 5 mil

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Por Redação
Atualização:

Pesquisa com três grandes bancos que operam no financiamento de veículos mostra que a inadimplência é maior na faixa de renda de até R$ 5 mil mensais, a que mais compra carros novos atualmente.Em agosto, o índice médio de atrasos superiores a 90 dias estava em 5,84% da carteira de contratos desses três bancos, que pediram para não ter os nomes divulgados. Desse total, 4,53% eram de consumidores com faixa de renda de até R$ 5 mil, enquanto a faixa maior concentra 1,31% dos atrasos.O presidente da General Motors do Brasil e Mercosul, Jaime Ardila, confirma que a inadimplência nos financiamentos de modelos da marca é superior na faixa menor de renda, "mais afetada pelo desemprego dos últimos meses", na opinião do executivo.Segundo a Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (Anef), depois de atingir o pico de 5,5% de índice de inadimplência no mercado total de veículos novos em junho, os atrasos dos pagamentos por período acima de três meses apresentaram o primeiro recuo após 17 meses consecutivos de alta. Em julho, conforme os dados mais recentes do Banco Central, o calote caiu para 5,3%. Em janeiro do ano passado, o índice era de 3,1%.Mesmo com a permanência de uma taxa acima da média verificada até o início do ano passado, a intenção de compra de carros novos entre os brasileiros permanece. Recente pesquisa concluída pelo Ibope mostra que 29% das pessoas com 18 anos ou mais pretendem comprar um automóvel ou moram em residências onde há alguém que pretende comprar um veículo nos próximos 12 meses. Do universo de entrevistados, 8% informaram que esperam adquirir seu primeiro carro zero quilômetro.A pesquisa faz parte de estudo sobre consumo de produtos, serviços e mídia e estilo de vida, realizado duas vezes ao ano. De acordo com um representante do Ibope, essa foi a primeira vez em que a pergunta sobre intenção de compra de carro novo foi incluída na pesquisa, por isso não há, neste momento, como traçar um histórico sobre a evolução dos dados obtidos.Foram ouvidas até o mês passado 19.456 pessoas das regiões metropolitanas dos nove principais Estados brasileiros e de cidades do interior de São Paulo e das regiões sul e sudeste. Segundo a metodologia do instituto de pesquisas, a amostra equivale a uma representatividade de 45% da população brasileira com idades entre 12 e 64 anos, ou 62 milhões de pessoas.

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