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'Quer o telefone do presidente do BC?', rebate Bolsonaro sobre dólar a R$ 4,20

No Brasil, o regime cambial é o chamado flutuante, com o valor da moeda subindo ou caindo de acordo com as condições de mercado

Por Ligia Formenti
Atualização:

BRASÍLIA - O presidente Jair Bolsonaro rebateu com uma pergunta quando questionado sobre a cotação do dólar, que fechou  em R$ 4,2055 nesta segunda, o maior valor nominal (sem contar a inflação) da história do Plano Real. "Quer o telefone do Roberto Campos?", questionou ao ser abordado por jornalistas na entrada do Palácio da Alvorada, residência oficial. Roberto Campos Neto é presidente do Banco Central

No Brasil, o regime cambial é o chamado flutuante, com o valor da moeda subindo ou caindo de acordo com as condições de mercado. Em 1994, no início do Plano Real, o regime era fixo, ou seja, com um valor estipulado pelo Banco Central.

O presidente da República, Jair Bolsonaro, em Brasília Foto: Gabriela Biló/Estadão

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Em meio a uma crise cambial e com as reservas em dólares do Brasil esvaziadas, em janeiro de 1999 o BC emitiu um comunicado: “a partir de hoje, o Banco Central deixará que o mercado interbancário defina a taxa de câmbio”. Na prática, isso era uma permissão para que os bancos comprem e vendam dólares entre si, sem o intermédio ou intervenção do BC. O valor do dólar em relação ao real deixou de ser a principal forma de controle inflacionário e seu valor passou a oscilar de acordo com a oferta e a demanda do mercado. O BC também informou o seguinte: “o Banco Central poderá intervir nos mercados, ocasionalmente e de forma limitada, com o objetivo de conter movimentos desordenados das taxas de câmbio”. Na prática, mesmo com câmbio flutuante, o BC pode intervir no mercado caso do valor do dólar em relação ao real chegue a um patamar que, por algum motivo, seja considerado muito alto ou muito baixo.

Para interferir nesse mercado, o BC tem três tipos de instrumento: pode atuar com os contratos de "swaps cambiais", operação que equivale à uma venda de moeda no mercado futuro, com os leilões de linha (com compromisso de volta dos dólares para o BC) e com a venda direta de dólares do mercado.

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