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"Quero ter as dores do crescimento", afirma Dirceu

Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, disse que prefere correr os riscos do crescimento do que temê-lo. "Eu quero ter as dores do crescimento, como as dores do parto. Essas é que são boas", sustentou, prevendo que o Brasil crescerá 5% a 6% ao ano nos próximos anos. Antes, ele afirmou que considera "quase uma doença a percepção de que crescimento traz crise". Dirceu ponderou que a expansão da economia traz "crises e oportunidades". Segundo ele, a história brasileira já mostrou que, quando cresce, o Brasil resolve seus problemas. "Prefiro correr riscos, crescendo", disse. De acordo com o ministro, crescer não implicaria em irresponsabilidade fiscal, já que o governo tem forte rigor fiscal. Da mesma maneira, crescer não implicaria em risco inflacionário. "Não somos lenientes com a inflação", afirmou. "É melhor correr riscos, crescendo" Ele ressaltou que concordava com as ponderações feitas anteriormente pelo ex-presidente do Banco Central Ibrahim Eris. Para Eris, a inflação está alta, mas não subindo, além de não haver sinais de inflação de demanda. Contrário à decisão do Copom de ter elevados os juros básicos, Eris defende uma revisão para cima das metas inflação. Um pouco antes, Dirceu aplaudiu uma ponderação feita pelo ex-ministro Delfim Netto que disse: "Desenvolvimento que se preza, para cada problema que resolve, cria mais depois". Dirceu explicou as palmas, dizendo que o ex-ministro compartilha da tese de que "é melhor correr riscos, crescendo". Para crescer, o ex-ministro disse que os empresários precisam apostar no crescimento e no desenvolvimento, porque eles são os responsáveis pelo processo. Esforço fiscal Dirceu disse que há um consenso no governo Lula sobre a necessidade de manter o esforço fiscal, inclusive de elevar o superávit fiscal se for necessário. "Quanto a isso, o governo não tem meia medida", ponderou, referindo-se aos resultados que vêm sendo obtidos pelo governo. Em outro momento da palestra, Dirceu disse que o governo Lula segue com determinação o rigor fiscal, o que "é duro para nós", referindo-se a pressões do PT e de suas bancadas no Congresso.

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