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Raposo é interditada; polícia obriga desbloqueio da Rondon

Enquanto na rodovia de São Paulo os agricultores continuaram com o bloqueio de pistas, em Araçatuba manifestantes foram obrigados liberar a passagem

Por Agencia Estado
Atualização:

As mobilizações do setor agrário por uma mudança na política com o setor adotada pelo governo continua em todo o País. Nesta quarta-feira, produtores da região de Assis, oeste de São Paulo, bloquearam a rodovia Raposo Tavares. Máquinas, tratores e caminhões foram usados para bloquear a pista no quilômetro 472 da rodovia, altura do trevo de Maracaí. O trânsito foi completamente interrompido entre as 9 e 11 horas e voltou a ser fechado às 13 horas. Era permitida a passagem de carros de passeio, ambulâncias e veículos com carga perecível. Viaturas da policia rodoviária estadual orientavam os motoristas. "Os caminhoneiros estão solidários com a nossa mobilização", disse produtor Walter Alfredo Elitt, um dos organizadores do protesto. A manifestação reuniu cerca de 120 produtores de grãos da região. Eles distribuíram panfletos com reivindicações ao governo, como a redução dos preços dos combustíveis e das taxas de juros, além do alongamento das dividas já contraídas. Segundo Elitt, o protesto prosseguirá até o dia 25, quando o governo deve lançar o novo pacote de medidas para a agricultura. "Se o pacote não for bom, as manifestações vão continuar". Araçatuba Ainda nesta quarta, agricultores que bloqueavam desde segunda-feira a rodovia Marechal Rondon (SP-300), em Araçatuba, desbloquearam as duas vias, por volta das 16h30, encerrando o protesto. A decisão foi tomada depois de a Polícia Rodoviária ameaçar usar a força contra os manifestantes, que retiraram cerca de 350 máquinas, tratores e caminhões que ocupavam a rodovia, já aberta ao tráfego. Outras manifestações Ontem, cerca de 1.500 trabalhadores rurais participaram, na Esplanada dos Ministérios, da manifestação do "12º Grito da Terra", uma iniciativa da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura. O ato foi uma forma de protesto à política adotada pelo governo com o setor, e suas principais reivindicações foram a garantia de preços mínimos para os produtos da agricultura familiar, a renegociação de dívidas rurais e a liberação de R$ 11 bilhões para o Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Com este mesmo objetivo, houve protestos em várias regiões do País durante todo o dia: - Paraná: cerca de 300 produtores rurais de São Paulo e do Paraná bloquearam durante quase 10 horas, a Rodovia Francisco Alves Negrão (SP-258), na divisa entre os dois Estados, em protesto contra a política agrícola do governo. O bloqueio começou às 7 horas, no km 342, em Itararé, e foi encerrado pouco antes das 17 horas. Os agricultores estacionaram tratores, colheitadeiras e caminhões sobre a pista. Só era permitida a passagem de automóveis, ambulâncias e caminhões com produtos perecíveis. Foram estendidas faixas na beira da estrada com frases contra o governo Lula; - Bahia: Produtores rurais do oeste baiano, maior pólo agrícola do Nordeste, bloquearam as duas principais estradas da região, a BR-242 e a BR-020, que ligam os municípios de Barreiras e Luiz Eduardo Magalhães aos estados de Tocantins, Goiás e Brasília. Dezenas de carretas e caminhões foram colocados nas pistas desde as 7 horas da manhã, interditando todo o tráfego nos dois sentidos. Os manifestantes só permitem a passagem de ambulâncias; - Goiás: pacote com novos protestos contra a política agrícola do governo federal é preparado pelos produtores agrícolas em Goiás. Eles se uniram aos setores de indústria, comércio e de prestação de serviços. Representantes dos agricultores afirmam que o clima poderá ficar tenso e alertam que os bloqueios de estradas vão se multiplicar em todo o Estado; - Mato Grosso do Sul: produtores rurais chegaram pela manhã montados em 400 cavalos e levando na frente uma tropa de 50 burros, sem montaria. Também máquinas agrícolas, caminhões, utilitários, automóveis e motocicletas faziam parte da movimentação que congestionou o centro da cidade. Em Corumbá, pecuaristas distribuíram três mil quilos de carne bovina. De graça, o produto entregue em bandejas de isopor pesando um quilo cada, deu apenas para a metade das pelo menos seis mil pessoas que formaram uma longa fila em volta do quarteirão central da cidade; - Mato Grosso: as principais rodovias federais que dão acesso às regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Norte do País foram bloqueadas parcialmente. Houve bloqueios em 13 pontos das BRs-163, 364, 158 e 70. A estratégia foi barrar o transporte de grãos, fibras, carnes, insumos e fertilizantes. Em Cuiabá, cerca de 500 representantes da indústria, comércio, transportes e estudantes fizeram uma passeata em apoio aos agricultores. Em Rondonópolis, os produtores agrícolas queimaram uma colheitadeira, fardos de rejeito de algodão e pneus velhos, além de bloquearem a BR-163, que dá acesso a Campo Grande e São Paulo, e a BR-364, que dá acesso à Ferronorte e a Goiás; - Maranhão: cerca de 1.500 agricultores maranhenses participaram de protestos em sete cidades - Balsas, Bacabal, Imperatriz, Açailândia, Grajaú, Barão de Grajaú e Chapadinha. Três rodovias federais do sul do estado - BR-222, BR-135 e BR-230 - foram interditadas em Balsas, Barão de Grajaú e em Açailândia. Uma passeata reuniu mais de 1.000 produtores rurais, a grande maioria pecuaristas, em Bacabal para onde converge grande parte da produção de leite do estado. O protesto mais agressivo ocorreu em Balsas, distante 790 km de São Luís e onde estão estabelecidos a grande maioria dos sojicultores do Maranhão. Os agricultores levaram caminhões, tratores e colheitadeiras para a rodovia que cruza a cidade - a BR-230.

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