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Rating baixo do País afeta a vida do brasileiro

Devido ao baixo rating soberano do Brasil, as captações do governo pagam juros mais altos. Empresas também gastam com juros altos e reduzem o crescimento. A conseqüência é a alta dos juros internos. O crédito para o consumidor fica mais caro.

Por Agencia Estado
Atualização:

O mercado financeiro aguarda um aumento do rating soberano do Brasil pela Standard & Poor´s (S&P) - agência americana de classificação de risco. Rating soberano é uma avaliação da qualidade de crédito das captações externas de longo prazo feitas por emissores situados em um determinado país, levando-se em conta os riscos que esse país oferece e que poderiam levar ao cancelamento das obrigações externas de todos os devedores nele sediados. A expectativa do mercado em relação à elevação do rating soberano do Brasil justifica-se pela colocação da classificação do Brasil (B+) em "perspectiva positiva" desde fevereiro. A S&P havia rebaixado a classificação do País na época da desvalorização do real. Porém, muitos analistas acreditam que a recuperação do Brasil, desde então, justificaria a volta ao nível anterior, de BB-. Lisa Schineller, principal analista do Brasil na S&P, alerta que um país pode ficar em "perspectiva positiva" por mais de um ano. Ela afirma que a decisão pelo aumento do rating será tomada levando em conta os avanços nas reformas estruturais. O déficit da Previdência dos setores público e privado é apontado como um dos maiores obstáculos para o Brasil passar do seu rating atual para o chamado "grau de investimento", que libera a compra de títulos de um país e de suas empresas para os grandes fundos de pensão americanos. Todos os brasileiros são punidos com o baixo rating Classificado como B+ pela S&P, o rating do Brasil é um dos piores entre os principais países latino-americanos, só à frente da Venezuela. Na Moody´s, que divide com a S&P a condição de mais importante agência de rating do mundo, o Brasil é classificado como B2, junto com a Venezuela, e atrás da Argentina, Peru, Colômbia, México e Chile. O baixo rating brasileiro pune só o governo e empresas do País que buscam recursos no exterior, mas também piora a vida de todos os brasileiros. Isso porque a baixa classificação faz com que os títulos da dívida externa paguem juros mais altos. E isso, por sua vez, leva ao aumento dos juros internos, elevando o custo do crédito ao consumidor. E pior, compromete o crescimento econômico, piorando o cenário para o desemprego. Isso afeta todos os brasileiros, do grande empresário que paga mais caro por captações externas ou internas ao pobre, que não consegue emprego, ou aquele que compra eletrodomésticos em prestações. Aumento nas exportações pode melhorar rating Para melhorar a classificação de risco do Brasil, portanto, não há muitas receitas, de acordo com as agências de rating. É preciso aprofundar e melhorar a qualidade do ajuste fiscal - o que depende da retomada das reformas do Estado - e pôr em prática políticas bem-sucedidas de estímulo às exportações. Sorte também ajuda, na medida em que uma aterrisagem forçada da economia americana tornaria todo o atual arranjo macroeconômico brasileiro mais frágil e poderia afetar para pior o rating do País.

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