Publicidade

Rato, ex-diretor do FMI, é acusado de fraudes fiscais

Rodrigo Rato, que não quis dar declarações, se envolveu em escândalos ligados ao grupo Bankiae ao partido do governo

Por MADRI
Atualização:
Ex-diretor do FMIRodrigo Ratofoi preso em Madri, na Espanha Foto: Andrea Comas/Reuters

O ex-diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI) Rodrigo Rato foi detido ontem, na Espanha. O executivo, que também ocupou os cargos de vice-presidente de governo espanhol e foi presidente do conglomerado financeiro Bankia, foi detido por supostos delitos de fraude, lavagem de dinheiro e ocultação de bens, de acordo com o jornal El Mundo.

PUBLICIDADE

O caso é o mais recente de uma série de escândalos de corrupção envolvendo o governista Partido Popular (PP). Uma busca foi realizada em sua casa, no centro da capital espanhola, após a emissão de uma ordem judicial a pedido da promotoria, informou o Tribunal Superior de Madri em comunicado. A causa da busca foi declarada secreta.

O ex-dirigente do FMI não quis dar declarações. Rato chegou a ser um nome importante do conservador Partido Popular. Ocupou o posto de vice-presidente econômico nos governos de José María Aznar (1996-2004) e de diretor-gerente do FMI entre 2004 e 2007.

Escândalos.

O caso atual se soma a uma longa lista de escândalos de corrupção que sacodem o partido do governo. A Justiça considerou recentemente que membros do PP tiveram uma contabilidade paralela durante quase 20 anos e propôs a abertura de um julgamento por delitos de fraude fiscal contra seis pessoas, entre elas três antigas lideranças do partido.

Além dos problemas com a Fazenda, Rato é investigado por supostas irregularidades no Bankia, banco nascido de uma complicada fusão de caixas de poupança, entre 2010 e 2012, que foi presidido por ele. A instituição teve de ser nacionalizada em 2012, para não quebrar. Sua caixa-preta superava os US$ 20 bilhões e especialistas culparam a gestão de Rato.

Seu nome também aparece vinculado ao caso dos chamados "cartões negros" investigados na Justiça. Trata-se de um gasto de 15 milhões de euros (US$ 18,6 milhões) em lazer, compras pessoais e artigos de luxo feito por dirigentes do Bankia com cartões de crédito não declarados à Fazenda. O sistema operava normalmente, meses antes de que o banco fosse nacionalizado.

Publicidade

/ AP

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.