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Raúl Castro: crise é resultado de ordem econômica injusta

Por Denise Chrispim Marin e ROBERTO LAMEIRINHA E TÂNIA MONTEIRO
Atualização:

O presidente de Cuba, Raúl Castro, afirmou hoje que a crise financeira internacional foi o resultado de uma "ordem econômica injusta e egoísta". Em sua participação na reunião de cúpula do Mercosul, Castro transmitiu as saudações do "companheiro Fidel", seu irmão, de quem recebeu oficialmente a condução do país no ano passado, depois de quase 50 anos de governo. Ao contrário de Fidel, conhecido por longos pronunciamentos, Raúl leu um brevíssimo discurso, no qual evitou se confrontar diretamente com os Estados Unidos. Na noite de ontem, ao chegar ao balneário baiano, ele já havia disparado um recado sobre a questão do embargo a Cuba, por meio da imprensa. Raúl Castro afirmou que pretende discutir a questão com os EUA se o futuro presidente norte-americano, Barack Obama, se dispuser. "Se o senhor Obama quer discutir, discutimos. Se não quer discutir, não se discute", afirmou. "É cada vez mais difícil manter Cuba isolada. Nós somos pequenos, mas demonstramos que não é possível nos dominar facilmente", completou. Raúl indicou que, naquela ocasião, que a Cúpula da América Latina e Caribe (CALC), entre hoje e amanhã, poderá aprovar uma resolução contra o bloqueio econômico imposto a Cuba pelos Estados Unidos. A reunião foi organizada com a finalidade de marcar uma posição independente e autônoma da região em relação aos Estados Unidos e de iniciar um processo de integração conduzido pelo Brasil. A presença de Cuba, país que não faz parte da Cúpula das Américas e que está suspenso da Organização dos Estados Americanos (OEA), foi um dos pontos determinantes na construção da CALC. Venezuela O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, afirmou hoje que vai propor na próxima Cúpula das Américas, que se dará em abril em Trinidad e Tobago, o ingresso de Cuba. O país não foi incluído nesse processo, que envolve todos os países do Hemisfério Ocidental e que tem nos Estados Unidos um líder informal, por não adotar um regime democrático. Chávez chegou no fim desta manhã ao balneário baiano onde se realizam, até amanhã, quatro reuniões de cúpula de países latino-americanos. Ele perdeu as reuniões do Mercosul desta manhã. Mas participa, agora, do encontro dos líderes da União de Nações Sul-americanas (Unasul). Eloqüente, Chávez reiterou a importância de estar em Salvador, "aqui na terra do cacau, sem a tutela do império".

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