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Reação às eleições atrasa venda de ações pelo BNDES

Por Agencia Estado
Atualização:

As turbulências no mercado financeiro em função de uma eventual vitória da oposição nas eleições presidenciais poderão atrasar todas as vendas de ações programadas para este ano pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), incluindo as do Banco do Brasil e a da Votorantim Celulose e Papel (VCP). "Fica tudo dependendo do timing do mercado de capitais, o Banco do Brasil, a VCP e todas as outras operações desse tipo, como o fundo de carteira de ações, um projeto do ano passado", disse o presidente do BNDES, Eleazar de Carvalho Filho, à Agência Estado. "Vamos esperar o momento adequado para essas operações, porque, do contrário, teríamos de sacrificar preço e não vamos fazer isso", disse. O pedido de autorização para a venda de ações da VCP no Brasil e no exterior feito à Comissão de Valores Mobiliários foi anunciado na última quarta-feira. Eleazar afirmou que a oferta da VCP poderá estar associada a uma operação de debêntures conversíveis, "mas isso não está certo porque a forma dependerá das condições de mercado e a quantidade a ser vendida também". O governo pretende vender, no mínimo, 16% das ações do Banco do Brasil. Esse percentual seria o mínimo para atender a um dos requisitos do Novo Mercado da Bolsa de Valores do Estado de São Paulo (Bovespa) que é ter 25% das ações em poder do público. Hoje, o BB tem 8,7% de suas ações em poder do público. O outro projeto citado por Eleazar refere-se a um fundo a ser criado com diversas ações de empresas da carteira da BNDESPAR cujas cotas seriam vendidas tanto no Brasil quanto no exterior. Investimentos de longo prazo O presidente do BNDES disse não estar vendo nos pedidos de financiamento à instituição para investimentos de longo prazo a partir de 2003 o mesmo medo do mercado financeiro de uma eventual vitória da oposição nas eleições presidenciais. "Não estou vendo isso não", afirmou, ao responder a pergunta sobre o assunto. Segundo ele, tanto os pedidos de financiamento quanto os desembolsos feitos pelo Banco no mês passado, cujos números serão fechados na próxima semana, serão maiores que em igual período no ano passado. "Até abril, as consultas e desembolsos têm tido números bem superiores este ano que no mesmo período do ano passado e em maio não foi diferente", disse Eleazar. "Há certamente incerteza sobre uma eventual mudança de governo e é natural haver, mas quem tem investimentos (do tipo que é financiado pelo BNDES) em curso não tem como parar", afirmou.

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