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Reacende-se a disputa Embraer-Bombardier

Por Agencia Estado
Atualização:

A disputa entre a Embraer e a sua concorrente canadense Bombardier, que se estende há seis anos e já vem sendo chamada pela imprensa internacional como uma das "guerras comerciais mais longas da era moderna", volta a esquentar. O jornal canadense Financial Post destacou hoje uma declaração do vice-presidente da Embraer, Henrique Rzezinski, na qual ele coloca em dúvida a disposição do governo canadense de buscar uma saída negociada para a disputa. Na próxima segunda-feira, a Organização Mundial do Comércio (OMC) deve anunciar se confirma ou não a sua decisão anterior de responsabilizar o Canadá por ter quebrado as regras internacionais ao oferecer subsídios para as exportações de aeronaves da Bombardier. A expectativa em Genebra é de que a decisão anterior favorável ao Brasil seja ratificada. Além disso, representantes dos governos canadense e brasileiro vão se reunir no dia 8 de fevereiro em Nova York para tentar negociar um acordo que coloque um ponto final na disputa. Numa carta enviada ao Financial Post, Rzezinski disse que diante da atitude do governo canadense no passado, fica difícil dar um voto de confiança ao Canadá nas negociações. "Para que as negociações obtenham sucesso, nós precisamos acreditar que cada lado está interessado e comprometido com um resultado justo", disse Rzezinski. "Entretanto, a minha empresa tem dúvidas importantes em relação ao real interesse do Canadá." O executivo da Embraer mencionou ações do governo canadense no passado, que segundo ele, incluíram a não revelação de alguns subsídios e de informações suficientes para o painel de árbitros da OMC. "Com esse passado, seria injusto sugerir que o Canadá, provavelmente, não irá colocará todos os fatos relevantes sobre a mesa durante as negociações bilaterais? O Canadá vai ser totalmente franco sobre a extensão total dos subsídios federal e das províncias usados para apoiar a Bombardier e o resto da indústria aeroespacial canadense?", questionou Rzezinski. "Essas são questões sérias que vão preocupar os negociadores brasileiros. O Canadá terá a difícil tarefa de respondê-las." Uma autoridade canadense contatada pelo jornal refutou a declaração de Rzezinski, alegando que a Embraer é "que não tem interesse no fim da guerra de subsídios, que poderá significar o fim dos financiamentos com taxas de juros menores que ajudaram a empresa brasileira a se tornar a segunda maior fabricante de aviões regionais do mundo", após a Bombardier. "Mas tanto o Brasil como o Canadá acreditam que as negociações são sérias", afirmou. Já o ministro para o comércio internacional do Canadá, Pierre Pettigrew, disse que chegou a hora de encerrar a disputa. "Eu espero que dessa vez as negociações nos permita encontrar uma maneira para que as duas empresas operem num patamar nivelado, sem a interferência do governo."

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