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Reajuste de transportes em SP terá impacto de 0,76% no IPC

Passagem de ônibus deverá subir para R$ 2,30, uma elevação de 15%

Por Agencia Estado
Atualização:

A inflação da capital paulista poderá surpreender e ficar acima das expectativas dos especialistas para este ano caso a negociação dos reajustes nas tarifas do metrô e do ônibus na cidade seja efetivada entre a Prefeitura e o governo estadual. O coordenador do Índice de Preços ao Consumidor da Fipe (IPC-Fipe), Paulo Picchetti, calculou que o impacto do aumento dos preços dos bilhetes sobre o índice - em um mês - será de 0,76 ponto porcentual. Atualmente, a expectativa de Picchetti para o índice de 2006 é a de alta de 1,6% e a do mercado financeiro, de acordo com a mediana da pesquisa Focus do Banco Central, de 1,76%. A negociação sobre os preços dos bilhetes no transporte público foi confirmada pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PFL), e pela assessoria do governador Cláudio Lembo (PFL) e, se for finalizada, refletirá em um aumento dos preços das passagens já no próximo mês. O coordenador informou que apenas o impacto do aumento da tarifa de ônibus na inflação será de 0,62 ponto porcentual no mês em que entrar em vigor. Ele fez o cálculo com base em uma matéria publicada na manhã desta sexta-feira, 27, no Portal Estadão, que informa que o preço da passagem deverá subir de R$ 2,00 para R$ 2,30, uma elevação de 15%. "Será um baita impacto, se ocorrer mesmo", comentou, acrescentando que 4,4% do orçamento das famílias consultadas pela Fipe é destinado a compra de bilhetes de ônibus. Metrô Picchetti calculou também que a possibilidade de o preço da passagem do metrô subir 14,09%, dos atuais R$ 2,10 para R$ 2,40, contribuirá para a inflação com 0,08 ponto porcentual. Também ficariam mais caros os ingressos dos trens da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), que gerariam pressão de 0,01 ponto porcentual sobre o IPC, e da lotação, com pressão de 0,03 ponto porcentual. O coordenador fez a conta ainda do impacto do aumento do bilhete integração, de 0,02 ponto porcentual. O coordenador da Fipe não quis alterar sua projeção para a inflação deste ano por enquanto, apesar da possibilidade dos aumentos das tarifas de transportes públicos, porque, como lembrou, trata-se ainda de uma negociação e que não tem data prevista para entrar em vigor. Episódio semelhante já ocorreu com os combustíveis. Em meados do ano, com a alta do preço do petróleo no mercado internacional, especialistas comentavam que a elevação dos preços internos seria inevitável. Mesmo assim, Picchetti fez sua projeção para a inflação deste ano, de 1,6%, sem considerar estes reajustes. Atualmente, as chances de uma elevação dos preços dos combustíveis é mais remota, segundo os mesmos especialistas de antes. Há quem diga, inclusive, que há espaço para uma redução dos preços comercializados internamente. Além disso, embora exista a possibilidade do aumento em novembro, por contrato, as tarifas dos ônibus na capital só deveriam ser reajustadas em 1º de março. O último reajuste para o Metrô foi em janeiro de 2005, quando a passagem passou de R$ 1,90 para R$ 2,10, o equivalente a 10,5% de aumento.

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