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Reajuste dos combustíveis pode não chegar aos postos

Desde 2002, o preço cobrado na bomba é livre e vale a livre concorrência

Por Claudia Ribeiro
Atualização:

Um reajuste dos combustíveis decidido pelo governo nesta terça-feira, 29, não necessariamente chegará aos valores cobrados nos postos. Isso porque, desde 2002, o preço cobrado na bomba é livre e vale a livre concorrência. Por isso, diferente do que ocorria no passado, encher o tanque do carro na véspera de um reajuste não é a melhor recomendação.   Veja também: Governo estima produção recorde de cana em 2008 ONU cria força-tarefa para combater crise dos alimentos Etanol do Brasil não altera preços dos alimentos, diz FMI Lula deve definir reajuste de combustíveis hoje à noite Ouça a íntegra da entrevista  Especialista da Fipe comenta aceleração da inflação  Preço do petróleo em alta  Entenda a crise dos alimentos no mundo  Entenda os principais índices de inflação     O coordenador da Pesquisa de Preços da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), Márcio Nakane, explica que o reajuste a ser decidido pelo governo valerá para as refinarias. A expectativa é que este aumento seja de 5%.   A partir daí, o reajuste será repassado para o consumidor. Na avaliação de Nakane, é possível que a concorrência entre os postos evite uma alta para o consumidor. "Mas, caso ocorra e se confirme o reajuste de 5%, o preço na bomba deve subir entre 2,5% e 3%", afirma o coordenador da Fipe.   Nakane afirma ainda que, mesmo que o aumento chegue à bomba, ninguém sabe quando isso deve acontecer. "Ninguém vai ficar armazenando gasolina. Portanto, não há nada a fazer".   Ele já calcula o impacto na inflação, caso o preço da gasolina aumente 5% nas refinarias. "A inflação anual deve ter um aumento de 0,08 pontos porcentuais. A previsão da Fipe é que o IPC de 2008 fique em 4,10%. Com o reajuste da gasolina, iria para 4,18%", informa.   Nakane explica que este é apenas o impacto direto do reajuste da gasolina. "Mas toda a cadeia de custos sente este aumento. Neste sentido, não dá ainda para prever", diz.

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