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Receita bate novo recorde e acumula alta de quase 10%

De janeiro a setembro, o resultado já chegou a R$ 435,011 bilhões

Por Fabio Graner e Gustavo Freire
Atualização:

Em meio ao forte debate sobre se há ou não espaço para o governo reduzir a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), a arrecadação da Receita Federal em setembro totalizou R$ 48,480 bilhões, recorde para o mês. De janeiro a setembro, ficou em R$ 429,967 bilhões, que, corrigidos pela inflação, somam R$ 435,011 bilhões, com crescimento de 9,94% ante o mesmo período de 2006. Em valores nominais, o crescimento da receita no ano chegou a R$ 51,877 bilhões, superior à arrecadação de R$ 39 bilhões prevista para a CPMF no ano que vem. O secretário-adjunto da Receita Federal, Carlos Alberto Barreto, disse que a trajetória de crescimento da arrecadação entrou em fase de estabilização. Ele destacou que, de janeiro a setembro, a expansão das receitas, na comparação com igual período de 2006, foi de 11,14%. Em agosto, a alta acumulada no ano estava em 11,86%. Barreto enfatizou que o crescimento da receita é de boa qualidade, pois vem sendo sustentado pela expansão da atividade econômica e aumento da lucratividade das empresas. Este desempenho, segundo ele, é resultado das medidas de desoneração dos investimentos tomadas pelo governo no passado. De acordo com os dados da Receita, a arrecadação do Imposto de Renda cresceu 11,55% no ano, em termos reais, com a Pessoa Física (IRPF) subindo 36,76% e a Jurídica (IRPJ), 13,62%. No caso do IRPF, a Receita destaca a arrecadação originada das operações na bolsa e no mercado imobiliário. No IRPJ, o órgão destaca o crescimento real de 37,3% na rentabilidade de 147 companhias com ações em bolsa. ''''Esse dado corrobora o reflexo positivo do atual cenário de crescimento econômico sobre a arrecadação'''', diz nota da Receita. O Imposto de Importação, influenciado pela combinação de atividade econômica com valorização do real ante o dólar, acumula no ano alta de 15,31%. O Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) teve alta real de 13,37%, com destaque para a expansão de 20,46% do IPI vinculado à importação. O IPI do setor automotivo cresceu 16,57%, refletindo as fortes vendas no mercado interno. Apesar dos números expressivos, o coordenador geral de previsão e análise da Receita Federal, Raimundo Elói, disse que não considera haver excesso de arrecadação este ano. Ele lembrou que a previsão orçamentária inicial para 2007 era de receita líquida (descontada as restituições e a arrecadação previdenciária) de R$ 412 bilhões. Na última programação orçamentária, o número já foi revisado para R$ 410 bilhões. A redução, de acordo com Elói, demonstra não haver excesso de arrecadação. Até setembro, a arrecadação líquida foi de R$ 301,490 bilhões.

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