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Receita descobre fraude de R$ 185 milhões em Franca

Os nomes das empresas não foram divulgados, mas uma delas, do setor atacadista de couros, foi autuada a recolher R$ 111,9 milhões

Por Agencia Estado
Atualização:

A Receita Federal de Franca, na região de Ribeirão Preto, descobriu uma fraude feita por fábricas de calçados e de couros para sonegar impostos, que chegam a pelo menos R$ 185 milhões nos últimos cinco anos. Cerca de 130 empresas, incluindo de outras cidades, estariam envolvidas no esquema. Os nomes das empresas e de empresários não foram divulgados, mas uma delas, do setor atacadista de couros, foi autuada a recolher ao Tesouro Nacional a quantia de R$ 111,9 milhões. A fiscalização constatou que essa empresa autuada utilizou de R$ 95,9 milhões em notas frias emitidas por empresas fantasmas e falsificadas. O presidente do Sindicato da Indústria de Calçados de Franca, Jorge Félix Donadelli, disse que sabia da investigação e lamentou o envolvimento de algumas empresas do setor. Franca é um forte pólo calçadista do País. Conclusão A investigação não está concluída ainda, segundo o delegado da Receita, José César Agostinho Costa. Durante o levantamento, descobriu-se que o esquema tinha três etapas. Na primeira, eram simuladas vendas de couro para empresas fantasmas de Pernambuco. Na segunda, as fantasmas de Pernambuco e São Paulo simulavam vendas de couros para coureiros de Franca. Na terceira, os coureiros de Franca vendiam os créditos fiscais de PIS e Cofins às indústrias calçadistas do município. Os R$ 185 milhões fraudados referem-se às duas primeiras etapas do processo - R$ 89,4 mi na primeira e R$ 95,9 mi na segunda. Carimbos Segundo Costa, carimbos de barreiras estaduais foram utilizadas nas fraudes. Uma mesma máquina de escrever também era usada nas falsificações de documentos. As empresas fantasmas investigadas estão em São Paulo, Pernambuco, Maranhão, Pará e Amapá. A Receita Federal acredita que houve a formação de quadrilha nesse esquema milionário de vendas de créditos fiscais e sonegação de impostos. "Lamentamos demais que o setor esteja envolvidos e admitimos que existem algumas pessoas que participam, mas dessas 130 empresas investigadas, nem todas são de Franca e muitos foram envolvidos de boa-fé", disse Donadelli. "Não gostaria que maculassem o setor como um todo por causa de 20 ou 30 empresas." O presidente do sindicato afirmou que repudia a sonegação e ilegalidades e que a investigação deve ocorrer mesmo. "O setor não é sonegador", informou, revelando que o sindicato da indústria calçadista tem cerca de 860 empresas filiadas, mas que o número de empresas pequenas, médias e grandes deve chegar a cerca de 1 mil. Para Donadelli, as empresas que cometeram as fraudes, por má-fé, de fato, devem ter seus nomes divulgados pela Receita Federal mais adiante.

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