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Receptividade à emissão demonstra confiança, diz Meirelles

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse hoje que a receptividade do mercado com a emissão de títulos brasileiros (US$ 1 bilhão) demonstra que o Brasil voltou a desfrutar a confiança dos mercados e sinaliza o final da crise. "Isso abre oportunidade para diversas outras melhoras. Eu acredito que é uma confiança que os investidores internacionais mostram no Brasil, no presidente Lula e no povo brasileiro", disse Meirelles, em entrevista ao programa Bom Dia Brasil, da TV Globo. Henrique Meirelles disse que não há uma taxa ideal para o câmbio. "O Banco Central não tem previsão de câmbio e nem tem preferência por taxa específica. O mercado é livre, vai achar o seu ponto de equilíbrio normalmente, e existem os fluxos de capitais. Em resumo, o Banco Central tem de agir com serenidade, com determinação, não só nos momentos de preocupação e mesmo de pânico, no passado, como em momentos de otimismo, como agora", afirmou. O nível ideal para o câmbio, segundo Meirelles, é o que será determinado pelo mercado, dentro de uma economia balanceada. O presidente do Banco Central disse também que não vê risco de desequilíbrio nas contas externas, em decorrência da queda do dólar. "Normalmente situações de desequilíbrio no passado têm sido geradas por intervenções do Banco Central ou do governo que criam situações artificiais. Dificilmente o equilíbrio normal de mercado onde os fluxos são procurados dentro de uma postura de mercado livre leva a situações de desequilíbrio. Porque o mercado se auto corrige. Portanto não vejo riscos de longo prazo", afirmou. "Na medida que a inflação caia e que os mercados se estabilizem nós tenderemos, portanto, a achar um ponto que vai levar a uma maior estabilidade da economia brasileira", acrescentou o presidente do BC. Dívida cambial Henrique Meirelles disse ainda que o objetivo de longo prazo é diminuir a dívida cambial. "Tudo isso tem de ser feito dentro das condições de mercado. Nós não estamos antecipando nenhum momento. O Banco Central não antecipa movimentos antes do mercado definir claramente que é o momento certo. "No momento de pessimismo, o Banco Central tem serenidade, momentos de otimismo também temos serenidade e não haverá movimentos precipitados", afirmou. O presidente do BC disse ainda que a previsão da relação dívida-PIB também é de queda. "Hoje a relação dívida-produto já está abaixo de 53%, já esteve a 62% no passado. Portanto a dívida está caindo em termos reais, em função, inclusive da queda do dólar, além do superávit primário", ressaltou Meirelles, que espera que em oito anos a dívida caia para cerca de 37% do PIB.

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