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Recessão pode ser a mais longa desde a Depressão

Pesquisa de jornal dos EUA prevê primeira contração do PIB do país por quatro trimestres consecutivos

Por Dow Jones Newswires e Nova York
Atualização:

A recessão atual pode se tornar a mais longa e dolorosa desaceleração desde a Grande Depressão, de acordo com avaliação dos economistas que participaram da mais recente pesquisa de previsões econômicas do Wall Street Journal. "Para o setor de moradia, este será o pior evento que tivemos no período pós-Segunda Guerra Mundial", disse Bruce Kasman, do JPMorgan Chase & Co. Os 54 economistas que participaram da pesquisa, na média, prevêem contrações trimestrais no PIB para o atual trimestre e primeiros dois trimestres de 2009. A estimativa preliminar do Departamento do Comércio mostrou uma contração de 0,5% do PIB no terceiro trimestre em comparação com igual período do ano passado. Se as previsões dos economistas forem confirmadas, esta será a primeira contração do PIB dos EUA por quatro trimestres consecutivos no pós-guerra. Na média, os economistas esperam que o declínio termine em junho de 2009. Na semana passada, o Escritório Nacional de Pesquisa Econômica dos EUA (NBER) datou o início da recessão em dezembro de 2007. Isso coloca a desaceleração em 18 meses, o mais longo período de declínio desde a Grande Depressão. As recessões de 1973-75 e 1981-82 duraram 16 meses cada. "A desaceleração seria mais acentuada ainda, em nossa avaliação, se não fosse uma agressiva combinação de estímulos fiscal e monetário que, em breve, vão mover a economia para alta rotação", disseram os economistas do Morgan Stanley, Richard Berner e David Greenlaw em nota para clientes. "As autoridades estão tirando todas as paradas: o afrouxamento quantitativo do Fed e o maior pacote de estímulo fiscal já visto provavelmente vão promover estabilidade na economia no final de 2009 e uma recuperação moderada em 2010". Muitos economistas citaram a expectativa de um grande pacote de estímulo fiscal como a chave para tirar os EUA da recessão. Mas os detalhes sobre a intervenção do governo permanecem pouco claros. Mesmo com a incerteza em relação ao futuro, os economistas expressaram confiança na equipe econômica de Barack Obama. Metade dos entrevistados disseram que os próximos formuladores da política são melhores do que suas antecessores na administração Bush.Um quarto dos entrevistados disseram que a nova equipe econômica é ligeiramente melhor. Apenas 10% se manifestaram favoráveis a equipe do presidente Bush. A falta de confiança ficou clara nas notas dos economistas para o secretário do Tesouro, Henry Paulson, cuja avaliação caiu para 60, nível mais baixo de seu mandato. Mais da metade dos entrevistados deu a Paulson uma nota equivalente a D ou F. O presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke, obteve uma avaliação ligeiramente melhor, de 72, mas 26% dos entrevistados deram a ele uma nota equivalente a D ou F. Mais da metade dos economistas colocaram a nota de Bernanke entre A e B.

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