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'Recuo do diesel mostra que Bolsonaro está do nosso lado', diz líder dos caminhoneiros

Wallace Landim afirma que os ministros da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, e da Secretaria-Geral, Floriano Peixoto, foram os responsáveis por levar o problema ao presidente

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Por Julia Lindner
Atualização:

Um dos principais líderes dos caminhoneiros, Wallace Landim, o Chorão, creditou ao presidente Jair Bolsonaro e ministros palacianos o recuo da Petrobrás sobre o aumento do preço do diesel, na noite desta quinta-feira. Wallace esteve entre as lideranças que organizaram a paralisação da categoria por 11 dias no ano passado. "Isso prova que mais uma vez o presidente está do nosso lado", comemorou.

As ações da Petrobrás abriram a sexta-feira em queda de mais de 5% depois do recuo sobre o reajuste. O presiedente Jair Bolsonaro, segundo fonte do Palácio do Planalto, procurou o presidente o presidente da petroleira, Roberto Castello Branco, para tratar do preço do Diesel. O vice-presidente, Hamilton Mourão, disse em entrevista a uma rádio que essa foi uma ação pontual.

Ministros da Casa Civil e da Secretaria-Geral teriam sido os responsáveis por levar a questão do aumento ao presidente Foto: Sergio Castro/Estadão

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Wallace Landim afirma que os ministros da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, e da Secretaria-Geral, Floriano Peixoto, foram os responsáveis por levar o "problema" do aumento de preços para Bolsonaro ontem. "Eu preciso agradecer num primeiro momento o ministro Onyx (Lorenzoni, da Casa Civil) e o ministro Floriano Peixoto (da Secretaria-Geral), que levaram o problema (do aumento de preços) para o nosso presidente", contou ao Estadão/Broadcast Político. Na visão de Wallace, foi esse contato dos ministros que viabilizou o recuo da estatal. "Sim. Isso prova que mais uma vez o presidente está do nosso lado, ao lado da categoria. É um comprometimento que ele teve com a categoria e que a gente teve apoiando a sua candidatura", disse à reportagem. Segundo fontes, Bolsonaro procurou o presidente da Petrobrás, Roberto Castello Branco, para tratar do assunto antes do anúncio do recuo.

Respostas imediatas

Wallace afirmou, ainda, que recebeu uma sinalização da Casa Civil de que a categoria "sempre terá o respeito e respostas imediatas desse governo". "A gente fica muito feliz, porque vê que ele (Bolsonaro) está olhando por nós. Só que a gente também sabe que não é uma situação muito fácil, vem chumbo grosso por aí, pode ter certeza, porque querendo ou não interfere na política de preços (da Petrobrás)", declarou. Segundo Wallace, ele mantém contato com integrantes da Casa Civil desde o mês passado, quando levou demandas da categoria. Ontem, ao saber do aumento de preços, procurou funcionários da pasta para pedir que o governo interviesse, o que acabou acontecendo no final do dia. O período em que iniciou o diálogo entre caminhoneiros e a Casa Civil, em março, coincide com o momento em que o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) passou a monitorar com mais atenção os riscos de uma nova greve da categoria. O governo quer evitar uma nova paralisação com receio de que tome as mesmas proporções da que ocorreu no ano passado. O estopim, na época, foi justamente as altas do preço do diesel. A avaliação de um integrante do governo é de que os caminhoneiros "conheceram a sua força" na última greve e que agora possuem maior poder de negociação.

O governo trabalha para evitar uma nova parelização como a de 2018 Foto: Nelson Andrade

Nova greve

Questionado pelo Estadão/Broadcast Político sobre o risco de uma nova greve, Wallace disse que "a categoria toda está sofrendo" e que todos estão "insatisfeitos". "Isso vem de longa data, tanto que tivemos que parar em maio de 2018", comentou. Ele ponderou, no entanto, que há diálogo com o governo. De acordo com ele, os caminhoneiros levaram três demandas para a Casa Civil, mas ainda sem resposta. A pasta prorrogou o prazo para dar respostas. Os pedidos são para que seja cumprido o piso mínimo de frete, que seja cumprida a jornada de trabalho e fornecidos pontos de parada adequados e também que ocorra a mudança na política de preços. Ele elogiou a iniciativa do governo de criar o "cartão-caminhoneiro", há cerca de duas semanas, mas disse que 'não resolve nosso problema 100%".

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