
20 de agosto de 2015 | 03h00
É preciso lembrar, contudo, que a expansão do mercado de veículos, como consequência da política do governo do PT de estímulo ao consumo por meio da generosa oferta de financiamentos, fez com que novas marcas passassem a ser fabricadas aqui, para contornar a alta carga tributária incidente sobre importados. Mas as empresas que investiram com esse objetivo se viram frustradas pela queda abrupta das vendas de veículos em todas as linhas no mercado interno em decorrência da crise, que reduziu a renda e o emprego e fez secar os financiamentos.
O resultado dos investimentos em novos produtos foi insignificante, pois, como mostram dados da Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores, que representa 28 marcas, a participação dos importados no mercado brasileiro pouco se alterou. Caiu para 15,47% do total no primeiro semestre deste ano em comparação com 15,62% nos primeiros seis meses de 2014.
O pior é que, apesar dos esforços dos fabricantes, o País ainda está longe de conseguir compensar com exportações o total gasto com as importações nesse segmento. As vendas externas de veículos pelo País no primeiro semestre foram de US$ 1,563 bilhão, acusando um decréscimo de 6,63% em relação a igual período de 2014. Isso representa um déficit de US$ 1,2 bilhão nesse item, mostrando que a indústria automotiva brasileira continua incapaz de superar a forte queda da demanda por parte da Argentina.
Essa situação confirma que a desvalorização do real, por si só, não tem sido suficiente para impulsionar, ainda que gradualmente, as vendas de carros para o exterior com a conquista de novos mercados, assim como ocorre com outros produtos manufaturados.
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