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Recuperação ainda está distante, diz ministro japonês

Por Danielle Chaves
Atualização:

O ministro de Finanças do Japão, Taro Aso, afirmou que a cura para a deflação no país pode demorar mais do que os dois anos determinados pelo Banco do Japão (BoJ) e disse que a recuperação da economia japonesa está pelo menos "alguns anos" distante.Os comentários foram feitos em entrevista ao Wall Street Journal durante a reunião de primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial em Washington, EUA, um dia depois de autoridades do G-20 emitirem um comunicado em apoio ao agressivo relaxamento monetário do BoJ, apesar dos possíveis efeitos colaterais do relaxamento quantitativo adotado pelas economias avançadas."Vamos dizer alguns anos. De dois a três anos. É o que nós estamos esperando", declarou Aso em resposta a uma pergunta sobre quanto tempo vai demorar para a economia do Japão crescer firmemente sem estímulos fiscais ou uma política monetária expansionista. Aso também se mostrou cauteloso com relação à meta do BoJ de atingir uma taxa de inflação de 2,0% em dois anos. "Nós achamos que pode demorar mais do que o BoJ espera", disse.As declarações sugerem que as economias emergentes devem se preparar para mais alguns anos de abundante fluxo de capital para seus mercados em busca de retornos mais altos, o que pode provocar valorização das moedas locais e, assim, reduzir a vantagem das exportações desses países. Também existem riscos de a ampla liquidez gerar bolhas nos mercados de ativos emergentes.Perguntado sobre a possibilidade de os persistentes problemas na Europa e o impasse político nos EUA levarem os investidores globais a aplicarem recursos no Japão, provocando valorização do iene, Aso afirmou que isso é possível, mas improvável. "Os investidores sentem que existe um problema com a situação financeira do Japão", disse."Eu não sei se (uma crise econômica em outro país) levaria a uma ampla compra de JGBs (títulos do governo japonês) porque os retornos deles são muito baixos. Isso pode elevar o iene, mas, honestamente falando, minha aposta é de que isso não seria simples assim." As informações são da Dow Jones.

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