
01 de junho de 2015 | 19h07
WASHINGTON - A recuperação da economia brasileira deve ser lenta, afirmou nesta segunda-feira o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, destacando que o processo precisa ser construído "tijolo a tijolo".
"Será uma recuperação lenta. Quando as coisas estiverem estruturadas, esperamos ver a economia parando de ir para baixo e então começar a ir para cima, lentamente" disse ele, durante apresentação em evento do Fundo Monetário Internacional (FMI). "Uma nova economia em um novo mundo", completou, destacando que este processo precisa ser construído tijolo a tijolo.
INFOGRÁFICO. O ajuste fiscal de Dilma
Para o ministro, havia muita incerteza com relação ao Brasil e pode levar algum tempo até que os agentes fiquem 100% seguros sobre o novo ambiente da economia. Ele ressaltou ainda a importância de o setor privado ter a consciência de que o País passa por uma situação transitória. "Se houver mais confiança, tenho certeza de que o crédito vai responder."
Levy afirmou que é importante ter atenção tanto no ajuste da economia como em reformas estruturais, que precisam ter foco mais "preciso". Estas reformas, disse ele, podem abrir caminho para a melhora do financiamento em algumas áreas. Ele mencionou a necessidade de mudança em tributos que criam incertezas na economia e de simplificar a estrutura precisa ser simplificada. "Há muitas regras nos tributos, com impacto nas empresas."
O ministro citou que o Brasil e outros países da América Latina usaram medidas anticíclicas para tentar reaquecer a economia no passado, de forma a estimular a demanda. Levy destacou que a própria presidente Dilma Rousseff reconheceu que essas medidas são "temporárias" e que agora é preciso buscar uma solução mais "permanente". "Estamos fazendo esta mudança."
O governo precisa aumentar a poupança pública como uma das formas de elevar o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). Este aumento já incentivaria o aumento da poupança privada, ressaltou.
Levy dominou a parte de perguntas e respostas do evento, com todas as questões sendo dirigidas a ele. "O Brasil está botando a casa em ordem. Todo mundo quer saber o que está acontecendo com o País", disse.
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.