
28 de agosto de 2015 | 11h06
Segundo Pessoa, o governo adotou uma política voltada às empresas, após a crise de 2009, que acabou, ao fim, fragilizando as empresas, que hoje estão endividadas e são pouco produtivas. A desaceleração maior do Brasil em relação a outros países, muito influenciada pela desorganização da oferta que ocorre por aqui, deve-se a um "desastre na política microeconômica", principalmente após a crise de 2009 e com um aumento da presença do estado interventor. Segundo ele, houve escolha de alguns setores para que eles pudessem crescer .
"Ao fazer isso, com política de desoneração, de microeconomia de péssima qualidade, reduzimos o crescimento da produtividade", afirmou, lembrando que as empresas passaram a ter dificuldade em gerar caixa e acabaram se endividamento. Parte desse aumento do endividamento ocorreu por que o setor público acabou emprestando de forma subsidiada. "Os empresários não se endividaram apenas baseados em decisões privadas", disse.
O pesquisador avalia que houve uma desorganização da capacidade da oferta no Brasil, o que explica a queda da capacidade produtiva. "Essa é a característica maior da nossa desaceleração até a passagem do terceiro para o quarto trimestre do ano passado, depois disso a queda passa a ser queda de demanda", disse. Segundo ele, essa queda da demanda é necessária no sentido de colocar a inflação dentro da meta.
Juros. Em relação às taxas de juros, Pessoa disse que seria um erro reduzir os juros "na marra". "Tentamos isso nos últimos quatro anos e isso deu resultados desastrosos", disse, no 7º Congresso Internacional de Mercados Financeiro e de Capitais, organizado pela BM&FBovespa.
Pessoa disse que o Brasil tem pela frente um problema fiscal "extremamente sério" e que o CDS (Credit Default Swap, na sigla em inglês), que mede o risco do País, está apenas "contando esse problema".
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