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Recuperação do PIB 'está quase parando', afirma economista

Segundo Juliana Carvalho da Cunha, pesquisadora da FGV, os dados da atividade econômica são preocupantes; crescimento do PIB foi de 0,3% em novembro ante outubro de 2018

Por Daniela Amorim (Broadcast)
Atualização:

RIO - Os dados da atividade econômica mostram que o processo de recuperação "está tão lento que está quase parando", alertou Juliana Carvalho da Cunha, pesquisadora do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).

O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 0,3% em novembro ante outubro de 2018, segundo o Monitor do PIB, divulgado nesta segunda-feira pelo instituto. Houve aumento em todos os componentes da demanda em novembro ante outubro, mas o cenário é de estagnação. A economia manteve uma média de crescimento mensal de 0,1% nos últimos cinco meses.

Setor agropecuário caiu 1,2%, enquanto o industrial encolheu 0,2%. Foto: Estadão

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"Se você tirar os meses afetados pela greve dos caminhoneiros, que bagunçou um pouco os números, você tem essa estagnação desde março de 2017. Ou seja, desde que saiu da recessão, a economia está sem impulso para crescer. Isso é um pouco preocupante", explicou Cunha.

O Monitor do PIB antecipa a tendência do principal índice da economia a partir das mesmas fontes de dados e metodologia empregadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pelo cálculo oficial das Contas Nacionais.

Na passagem outubro para novembro, o PIB Agropecuário caiu 1,2%, enquanto o PIB Industrial encolheu 0,2%. A indústria de transformação ficou estável (0,0%), enquanto a construção teve retração de 1,8%. Ainda sob a ótica da oferta, os Serviços cresceram 0,3% no período.

"A indústria é um dos motores da economia, então o resultado gera cautela", acrescentou Cunha. O PIB teve uma alta de 1,1% em 2017. A expectativa para 2018 é de avanço de 1,3% em 2018, calcula a FGV. Para Claudio Considera, coordenador do Monitor do PIB, a falta de fôlego da economia está associada ao desequilíbrio fiscal e à necessidade de reformas macroeconômicas.

Na comparação com novembro de 2017, a atividade econômica teve elevação de 1,5% no mês de novembro de 2018. Houve recuo apenas nas atividades da indústria de transformação (-1,1%) e da construção (-2,3%), o que puxou para baixo o PIB da Indústria no período: -0,7%.

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Pelos demais componentes da oferta, a Agropecuária cresceu 5,6%, enquanto os Serviços avançaram 1,6%. Pela ótica da demanda, o Consumo das Famílias aumentou 2,0% em novembro, e o Consumo do Governo subiu 0,7%. A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) teve expansão de 3,7% em relação a novembro do ano anterior. As exportações cresceram 22,6%, enquanto as importações aumentaram 10,6% em novembro de 2018 ante novembro de 2017.

Em termos monetários, o PIB totalizou cerca de R$ 6,206 trilhões em valores correntes de janeiro a novembro.

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