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Recursos do IPO do BTG irão para ampliar negócios

André Esteves, presidente do banco de investimentos, disse que os $ 3 bilhões movimentados na oferta primária não serão utilizados para nenhuma operação pontual

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Por Aline Bronzati (Broadcast) e da Agência Estado
Atualização:

Os recursos obtidos com a oferta pública inicial de units (IPO, na sigla em inglês) do BTG Pactual serão destinados, de acordo com André Esteves, presidente do banco, para a ampliação dos negócios atuais. Embora existam muitas oportunidades no Brasil, conforme ele, os quase R$ 3 bilhões movimentados na oferta primária, na qual o valor captado vai para o caixa da empresa, não serão utilizados para nenhuma operação pontual. "Os recursos serão destinados ao curso natural do nosso negócio", ressaltou Esteves, durante conversa com jornalistas, nesta quinta-feira, após evento que marcou o início das negociações das units do banco na BM&FBovespa.A abertura de capital do BTG, uma das mais esperadas pelo mercado, seguiu os passos que o banco indica aos seus clientes, de acordo com o executivo. O resultado deu certo. A demanda dos investidores passou dos R$ 16 bilhões, segundo fontes ouvidas pela Agência Estado, e na semana anterior ao fechamento do preço das units, o banco já tinha ordens suficientes para colocar a operação no mercado. Mesmo assim, o BTG preferiu precificar os papéis em R$ 31,25, no centro da faixa indicativa, de R$ 28,75 a R$ 31,75, para guardar, conforme as mesmas fontes, o excesso de demanda para a abertura desta quinta-feira no pregão da bolsa."Foi uma operação de enorme sucesso diante da grande crise global que estamos atravessando, mas a demanda não foi uma surpresa. Ficamos muito satisfeitos", avaliou o presidente do BTG.Apesar de o mercado considerar o IPO do banco um ponto fora da curva, no sentido de não ser suficiente para irrigar o mercado que ficou nove meses sem novas operações, Esteves acredita que a oferta do primeiro banco de investimento no Brasil a listar ações em bolsa tenha criado uma mobilização da comunidade internacional. Isso porque, segundo ele, a movimentação dos investidores estrangeiros para participar da abertura de capital do BTG deve ser positiva para o Brasil, já que mostra a confiança que os investidores têm no País e pode ajudar novas empresas irem a mercado.De acordo com uma fonte, um grupo estratégico de investidores europeus e asiáticos, dentre outros, apostou com força na operação do banco de olho na possibilidade de expansão do mercado de capitais brasileiro. Sobre novas ofertas, Esteves destacou que está "confiante" e que, mesmo diante da crise global que também afeta o Brasil, já que o País está inserido nesse contexto, devem vir mais ofertas para o mercado este ano. "Colocamos ofertas abaixo do piso neste ano, mas há muitos lugares no mundo que os mercados não estão conseguindo fazer nem isso", admitiu.O executivo se referia aos IPOs da companhia de frotas Locamerica, que teve suas ações precificadas em R$ 9, ante piso de R$ 11, e da Unicasa Móveis, cujo valor dos papéis foi fixado na quarta-feira em R$ 14, abaixo do mínimo de 16,50. Esteves também afirmou que a abertura de capital do banco deve servir de inspiração para outras empresas, pois mostra o quanto o BTG acredita no mercado de capitais brasileiro.Vocação em preparar para IPO O banco é considerado um dos maiores especialistas em preparar empresas para a abertura de capital no Brasil. De acordo com Edemir Pinto, presidente da BM&FBovespa, de 2004 a 2011, o BTG foi coordenador de cerca de 50% dos IPOs colocados no mercado. "O banco é um veículo fundamental para transformar a confiança dos investidores em recursos para o segmento corporativo", analisou ele.Sobre o IPO do BTG, Edemir disse que merece comemoração em dobro, já que além de a oferta representar a confiança dos investidores no Brasil, é a maior do mundo até o momento. Conforme dados da Ernst & Young, apenas uma oferta ultrapassou o nível de US$ 1 bilhão no primeiro trimestre deste ano. A responsável pelo maior IPO do trimestre foi a empresa holandesa de internet e TV a cabo Ziggo, que captou US$ 1,1 bilhão nas bolsas europeias.

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