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Recursos escassos para o vulto da crise imobiliária

O aumento de R$ 21,7 bilhões dos recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para o financiamento imobiliário, aprovado na semana passada pelo Conselho Curador do FGTS, quando muito significará um pequeno alívio para o setor da construção civil. Tampouco são alentadoras as informações sobre o volume de crédito imobiliário com recursos das cadernetas de poupança liberado em janeiro, de R$ 3,3 bilhões, quase 64% inferior ao de igual mês do ano passado.

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Por Redação
Atualização:

Além disso, as primeiras sondagens do ano sobre o estado do setor, originárias da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e da Fundação Getúlio Vargas (FGV), mostraram nova piora de expectativas – as mais baixas da década para o primeiro bimestre.

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O uso da capacidade instalada na construção chegou em janeiro a 56%, inferior em 4 pontos porcentuais a janeiro de 2015 e em 10 pontos à média histórica da Sondagem Indústria da Construção da CNI.

Numa escala de zero a 100 pontos, em que o termo médio é de 50 pontos, o índice de atividade do setor foi de apenas 26,5 pontos, queda de 9,4 pontos em 12 meses. Piorou mais a situação das médias empresas e dos serviços especializados, mas na comparação com janeiro de 2015 também caíram muito as atividades de construção de edifícios e de obras de infraestrutura. Só se pode falar em pequena recuperação nos índices de expectativas, para os próximos seis meses, do nível de atividade, número de empregados, compra de insumos e matérias-primas e novos empreendimentos e serviços. Mas em todos esses indicadores a marca é inferior a 40 pontos, segundo a CNI.

Em fevereiro, o Índice de Confiança da Construção (ICST) da FGV atingiu 66,6 pontos, inferior em 12,9 pontos ao de fevereiro de 2015 e abaixo dos 100 pontos que separam o campo positivo do negativo. Não se vislumbra, diz a coordenadora do ICST, Ana Maria Castelo, “uma acomodação da atividade, mesmo que em patamar baixo”. Grandes incertezas vêm da política macroeconômica, notou. Salvo pequenas inflexões, o ICST apresenta uma queda constante desde meados de 2010.

A construção cortou 416,8 mil postos de trabalho nos últimos 12 meses, segundo dados oficiais. Foi o segundo setor que mais demitiu no período, abaixo apenas da indústria de transformação. O fato de a construção civil ter demitido menos em janeiro (2,6 mil) não basta para alimentar qualquer otimismo.