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Rede Disco argentina não comenta escândalo

Por Agencia Estado
Atualização:

A rede de supermercados Disco, segunda maior da Argentina e controlada pelo grupo holandês Ahold, continua minimizando as revelações sobre o escândalo em que está envolvida juntamente com a filial do conglomerado nos Estados Unidos. Na assessoria de comunicação da Disco, a ordem é não comentar sobre o assunto até que as investigações e suas conclusões sobre o negócio na Argentina sejam divulgados. Por enquanto, a Disco fica somente com o comunicado oficial, no qual afirma que "da análise dos aspectos contábeis não deveriam surgir impactos significativos". Embora a filial da Ahold tente relativizar as revelações que afetaram o mercado ontem, os analistas, provedores e fontes próximas da empresa afirmam que "nenhuma grande companhia, como a Ahold, torna pública a realização de uma investigação interna se não existem suficientes evidências e motivos para isso". No mercado, acredita-se que a empresa está se preparando para proteger-se dos investidores diante do escândalo que já está sendo chamado de um novo caso Enron. Os analistas argentinos estão cuidadosos para falar sobre o assunto e preferem o anonimato. Alguns explicam que poderiam existir vários motivos que despertaram as suspeitas sobre o livro contábil da cadeia Disco. Um deles, e considerado o principal, diz respeito ao momento em que a Ahold assumiu 100% da operação de Disco, no início do ano passado. O presidente da empresa comunicou com atraso que sua empresa assumia a responsabilidade do pagamento de US$ 492 milhões de empréstimos que o grupo Velox, dono de 44% da cadeia Disco, não podia pagar. Ahold publicou que assumiria esta dívida no dia 17 de julho de 2002, mas Van der Hoeven já tinha disponível esse dado desde o dia 28 de junho, segundo acusa o presidente da Fundação holandesa para Investigação de Empresas, Pieter Lakerman. Conforme o investigador que deu uma série de entrevistas aos meios de imprensa da Holanda, o valor dos empréstimos que Ahold pagará em nome do Velox seria de US$ 740 milhões e não de US$ 492 milhões declarados na ocasião. No mercado existem versões também de que a cúpula da compahia teria utilizado indevidamente o dinheiro do caixa da empresa em benefício próprio. Outra versão diz que Disco concedeu bonificações à provedores que não foram devidamente anotadas. Todas as versões são negadas pela empresa na Argentina.

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