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Rede d'Or fará IPO que pode movimentar até R$ 12,65 bilhões

Se todos os lotes forem comprados no teto da faixa de preço, abertura de capital da maior rede de hospitais privados do País só deve ficar atrás da listagem do Santander Brasil, que levantou R$ 13,2 bi

Foto do author Cynthia Decloedt
Por Cynthia Decloedt (Broadcast)
Atualização:

A Rede D'Or anunciou uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) que deve movimentar até R$ 12,65 bilhões, considerando o teto da faixa de preço indicativa, de R$ 64,35 por ação e o montante a ser emitido em ações na oferta e os lotes adicional e suplementar. O piso da faixa de preço indicativa foi estabelecido em R$ 48,91. A previsão é que a rede chega à Bolsa em dezembro.

A oferta da Rede D’Or caminha para ser a maior oferta desde o IPO de BB Seguridade, em 2013, que movimentou R$ 11,4 bilhões, e ainda concorrer com o maior IPO da Bolsa brasileira, do Santander Brasil, que movimentou R$ 13,2 bilhões em 2019.

Hospital da Rede D'Or no Rio. Foto: Fabio Motta/Estadão - 3/5/2018

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O apetite do investidor reflete os investimentos que o setor de saúde tem recebido nos últimos anos. Durante os anos de crise, desde 2014, fundos de investimento têm gravitado para a área, considerada uma "aposta segura" em tempos difíceis. A presença de empresas de diferentes áreas de saúde no índice Ibovespa (o principal do mercado brasileiro) é forte.

Entre as companhias que fazem parte do Ibovespa estão Intermédica, Hapvida e Sulamérica (planos de saúde), Raia Drogasil (rede de farmácias); Qualicorp (administradora de planos de saúde); Hypera (fabricante de medicamentos); e Fleury (laboratórios).

Líder de setor

Fundado pelo cardiologista Jorge Moll Filho, o grupo já é a maior rede independente de hospitais privados do Brasil, com 51 unidades próprias, 1 sob administração e 32 projetos em desenvolvimento distribuídos em São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco, Bahia, Sergipe, Maranhão, Paraná e Ceará e no Distrito Federal. O grupo tem como prioridade o segmento de clínicas oncológicas, na qual tem a segunda maior rede, com 39 unidades. Também tem uma parcela grande de seus negócios em laboratórios de análises clínicas e de imagem.

Entre 2009 e 2019, a empresa viu sua geração de caixa, medida pelo lucro antes de juro, imposto, depreciação e amortização (Ebtida), subir 42% e chegar a R$ 3,68 bilhões. As receitas líquidas somaram R$ 13,3 bilhões no ano passado e chegaram a R$ 9,86 bilhões, nos nove primeiros meses deste ano.

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A família Moll é detentora de uma participação de 57,37% das ações ordinárias, que deve cair para 53% após a oferta. Em outras palavras, a família deve seguir no controle. Dos 38% que estão em circulação no mercado, o fundo soberano GIC detém 25,93%. O fundo americano Carlyle também é sócio da companhia.

Divisão da oferta

A Rede D’Or informa que, considerando a oferta primária (cujos recursos são direcionados ao caixa da empresa), espera levantar R$ 8 bilhões, livre de custos e a partir do preço centro da oferta, de R$ 56,63 por ação. O objetivo da companhia é usar esse dinheiro para ampliar sua rede. Também pretende buscar ativos no segmento de corretoras de saúde. Uma possibilidade, segundo fontes, é que parte dos recursos sejam direcionados para aumentar sua participação da Qualicorp.

A oferta no Brasil é coordenada pelo Bank America Merrill Lynch, Banco BTG Pactual, Banco JP Morgan, Bradesco BBI, da XP Investimentos, BB - Banco de Investimento (BBI), Citigroup Global Markets Brasil, Credit Suisse, Safra e Santander. Simultaneamente à oferta serão realizados esforços de colocação das ações no exterior pelas franquias no exterior dos mesmos bancos.

Correções

O IPO da Rede D'or pode movimentar até R$ 12,65 bilhões e não R$ 15,94 bilhões como informado anteriormente.

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