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Redução da oferta de frango elevará preço da carne, diz analista

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Por Redação
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Os elevados preços do milho deverão provocar uma redução na produção de frangos no Brasil, provocando aumento da carne para o consumidor, disse nesta segunda-feira a consultoria Clarivi, especializada em mercados agrícolas. "O cenário atual compromete a competitividade da cadeia produtiva de carnes no Brasil", destacaram os analistas da Clarivi em relatório semanal, referindo-se aos maiores custos da soja e do milho, decorrentes de uma quebra de safra nos Estados Unidos. A redução na oferta de milho e soja no mundo afetará o mercado para a produção de rações, e o custo de produção da indústria de carnes poderá subir mais de 100 por cento no Brasil, "o que poderá ocasionar falências no setor que são anunciadas por pequenos produtores", afirmou a consultoria. As dificuldades financeiras enfretadas pelo setor no Brasil são sentidas também em outros países do mundo, como a Alemanha, onde produtores defendem uma alta nos preços das carnes. "A preocupação é de que a alta no preço das carnes leve os consumidores a buscarem alternativas, como os peixes, o que derrubaria as vendas, agravando ainda mais a crise", acrescentou a Clarivi, sem especificar uma estimativa para o aumento no preço da carne. A alta no milho, o principal para a ração de frangos, está levando a indústria a cortar a produção em 10 por cento, segundo a União Brasileira de Avicultura. Na semana passada, as duas maiores produtoras de carnes de frango e suína do país, a Brasil Foods e a Marfrig, não falaram em corte de produção, mas disseram que reajustarão os preços de seus produtos para compensar o aumento de custos. A BRF falou em aumento de até 10 por cento. ID:nL2E8JEHE8] O preço do milho, de acordo com o indicador Esalq/BM&FBovespa (base em Campinas) que serve como referencial para o mercado, acumula alta de quase 40 por cento desde meados de junho, impulsionado pela alta nas bolsas internacionais, após a pior seca em mais de 50 anos reduzir a projeção de colheita no cinturão de grãos dos Estados Unidos. O sindicato que reúne as indústrias de produtos avícolas no Paraná, principal Estado em produção de frango no país, disse que acompanha de perto a situação e que espera que o governo adote medidas para evitar a redução na produção e o repasse de preços ao consumidor. "Por conta do alto preço dos insumos, a avicultura paranaense pode sofrer uma desaceleração", afirmou Domingos Martins, presidente do Sindiavipar. REDUÇÃO DE PRODUÇÃO Apesar da previsão de redução da produção avícola, recentes imagens de um produtor enterrando ovos e pintinhos em Santa Catarina, com o objetivo de reduzir custos, são indicações de um caso isolado. Segundo a Ubabef, quando as empresas decidem pela redução de abates, optam entre dois métodos: ou suspendem a postura de ovos embrionados que gerariam pintos; ou abatem os frangos antes do período médio de 42 dias, reduzindo o peso de abate e o consumo de grãos. (Por Gustavo Bonato)

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