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Redução do compulsório preserva bancos, diz Meirelles

Presidente reforça que Banco Central que preservar o sistema financeiro do País da crise internacional

Por Marina Guimarães e da Agência Estado
Atualização:

O presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, afirmou nesta sexta-feira, 3, que os ajustes nas regras dos depósitos compulsórios, anunciados na quinta à noite, têm o objetivo de atender a um segmento específico do mercado, que são as instituições financeiras de pequeno e médio porte, que tem como grande fonte de captação o mercado de atacado. E, portanto, essa era a medida mais adequada para ser tomada no momento para a manutenção das boas condições do funcionamento dos mercados.   Veja também: BC reduz compulsório e devolve R$ 23,5 bi à economia Pacote só será votado se tiver aprovação certa, diz Pelosi Crise afetará neoliberalismo, dizem analistas Especialistas dão dicas de como agir no meio da crise Entenda o pacote anticrise que passou no Senado dos EUA A cronologia da crise financeira  Veja como a crise econômica já afetou o Brasil Entenda a crise nos EUA    Meirelles explicou que o BC está tomando as medidas para preservar o sistema financeiro dos efeitos da crise internacional e que essa foi uma ação complementar nessa direção, visando direcionar recursos específicos para esse segmento. "O BC está absolutamente sensível aos acontecimentos e também a qualquer medida que for necessária a ser tomada", afirmou.   Meirelles enfatizou que "o BC não tomará medidas por reação psicológica, em reação à ansiedade, por preocupação do que está acontecendo nos outros mercados". Nesse sentido, Meirelles destacou que os bancos brasileiros não têm perda de crédito. "A situação é muito sólida. Esse problema é meramente externo e não devemos, psicologicamente, importar a crise. As medidas que forem necessárias serão tomadas. E as que foram anunciadas são as que julgamos suficientes neste momento", afirmou em Buenos Aires, onde participou de café da manhã promovido pela embaixada do Brasil na Argentina.   Ele disse também que "não há aumento de inadimplência no crédito e, portanto, a situação financeira dos bancos é boa". Meirelles reconheceu que existe uma preocupação com os bancos médios. Mas ponderou que "por tudo o que analisamos, as carteiras desses bancos são muito boas e estão em condições, perfeitamente, de serem comercializadas, se necessário". A situação do sistema financeiro brasileiro, segundo ele, é diferente dos EUA, onde existe risco de solvência das instituições.   Copom   Meirelles, afirmou que ainda é muito cedo para fazer previsões sobre as próximas decisões sobre política monetária. "Sobre as discussões futuras, seja nas esferas de mercado, política, financeira ou popular, é importante dizer que a reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) será no fim de outubro e temos um mês até lá. E, neste momento, um mês é uma eternidade na economia mundial".   Indagado se, por levar tanto tempo, o Copom poderia antecipar sua reunião, Meirelles descartou essa hipótese. "Não temos necessidade de antecipação da reunião do Copom", afirmou. Ele reiterou que é prematuro tomar decisões baseada em situação de curto prazo no mercado internacional. "Minha mensagem é que a economia brasileira vai muito bem", afirmou. Atualmente, a taxa básica de juros brasileira, a Selic, está em 13,75% ao ano.

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