PUBLICIDADE

Publicidade

Redução do ICMS para têxteis pode não chegar ao consumidor

Por Agencia Estado
Atualização:

A redução da alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre a cadeia têxtil de 18% para 12%, anunciada hoje pelo governador Geraldo Alckmin, foi considerada por analistas como uma notícia positiva para o setor. Porém, analistas alertam que a vantagem pode não chegar ao consumidor final. O fato é que, segundo eles, as empresas estão trabalhando com margens reduzidas nos últimos meses em função da alta do preço do algodão. "Os custos estão muito pressionados. É possível que as empresas não repassem a redução do ICMS, embolsando o ganho para melhorar suas margens", disse Rodrigo Bonsaver, da corretora Coinvalores. A mesma opinião tem Daniel Pasquali, da corretora Fator Doria Atherino. Segundo ele, ?provavelmente essa redução de imposto não chegará aos preços finais. Assim, as companhias poderiam compensar parte do aumento de seus custos". De qualquer forma, Bonsaver acredita que a medida pode reaquecer o mercado interno, que está praticamente estagnado nos últimos meses por causa da retração econômica e do aumento dos preços dos produtos em função da alta do dólar e do crescimento dos custos com o algodão. "As empresas têm concentrado as vendas nas exportações, especialmente para a Europa, porque a demanda no mercado interno anda muito fraca", comentou. Efeito limitado a SP A redução da alíquota do ICMS deverá ter efeito positivo apenas sobre as empresas que fabricam e vendem produtos têxteis no Estado de São Paulo, segundo avaliação dos analistas. Para eles, a Santista Têxtil - com fábricas em Americana e Tatuí - e a Teka - que possui unidades em Artur Nogueira e Itapira - devem ser as principais beneficiadas. "Essa notícia não tem efeito nenhum sobre a Coteminas, por exemplo, que produz em Minas Gerais e no Nordeste", lembrou o analista da corretora Fator Doria Atherino. "No caso da Coteminas eles já pagam 12% de ICMS, que corresponde à alíquota interestadual."

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.