11 de outubro de 2014 | 02h04
Há uma combinação de fatores. Em parte, porque os sindicatos têm conseguido negociar jornadas menores, caso a caso. Há também uma redução das horas extras, seja por conta do custo elevado para os empresários, seja pela fiscalização da Justiça, que é mais presente. Houve também efeito pontual da Copa do Mundo, com menos carga horária em junho e julho. O ciclo econômico também explica.
A economia em recessão tem peso?
Pode ajudar a explicar. Quando a economia passa por um desaquecimento, as empresas reduzem a carga horária e também concedem férias coletivas, o que reduz estatisticamente a jornada de trabalho. Se o desaquecimento se prolonga, pode haver corte de vagas, mas este não é o nosso estágio neste momento. Já quando a economia inicia um ciclo de forte crescimento, os empresários aumentam as horas extras e a jornada de trabalho aumenta.
O setor de serviços, que é o maior empregador do País, influencia a média geral?
Com certeza. Ao mesmo tempo em que a indústria passa pelo ajuste das férias coletivas e jornadas parciais, o setor de serviços continua crescendo. É claro que há serviços em que a jornada é muito maior, chega a ser abusiva, de 48 ou mesmo 50 horas semanais. Mas, de modo geral, serviços como call center e telemarketing, técnicos de informática e mesmo diarista, a jornada é de 6 a 8 horas por dia, abaixo de 40 horas por semana.
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