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Reestruturadora da Varig se encontra com juiz

Não foram dadas declarações e informações sobre o conteúdo do encontro

Por Agencia Estado
Atualização:

O sócio da consultoria Alvarez & Marsal, empresa responsável pela reestruturação da Varig, Marcelo Gomes, esteve reunido na manhã desta quarta-feira com o juiz da 8ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro e responsável pelo processo de recuperação judicial da companhia, Luiz Roberto Ayoub. Não foram dadas declarações e informações sobre o conteúdo do encontro. Na segunda-feira, a justiça deu um prazo de 48 horas para que o consórcio Trabalhadores do Grupo Varig (TGV), vencedor do leilão da Varig, desse informações mais detalhadas sobre a origem dos recursos que serão utilizados na compra da companhia aérea. A proposta apresentada foi de US$ 449 milhões (R$ 1,010 bilhão) que é quase metade dos US$ 860 milhões avaliados pelos organizadores para a venda da Varig, como preço mínimo para a operação - incluindo operações internacionais e domésticas. O leilão foi realizado na semana passada. Em sua primeira etapa, quando o valor mínimo deveria ser obedecido, nenhuma proposta foi apresentada. Na segunda etapa, sem preço mínimo, o TGV fez sua proposta. Ayoub homologou com restrições a oferta da TGV, e anunciou que nesta quarta se pronunciaria sobre os esclarecimentos que foram prestados pelo grupo. Na última terça-feira, fontes informaram que o TGV poderia pedir prazo igual ao concedido pela Justiça americana, que prorrogou liminar que protege a Varig contra arresto de aviões até o dia 21. Proposta contra a venda A presidente do Sindicato Nacional dos Aeroviários, Selma Balbino, afirmou na última terça-feira que a entidade pode entrar na Justiça contra a venda da Varig para o TGV, caso a proposta seja aceita com a utilização de créditos dos trabalhadores. O pagamento deve ser efetuado em R$ 285 milhões em dinheiro vivo e R$ 225 milhões que viriam de créditos que os trabalhadores têm a receber da empresa. "A Justiça não pode aceitar o uso indevido de créditos trabalhistas para comprar a empresa. Se isso ocorrer, nós vamos ao Ministério Público, não vamos aceitar", disse Selma. "Queremos salvar a Varig, mas não a qualquer custo." De acordo com ela, a empresa de leasing de aeronaves (lessor) ILFC há muito tempo quer retomar os aviões da Varig. "É o lessor mais agressivo. Eles têm interesse de repassar alguns Boeing para a Gol", declarou. A Varig tem de quitar hoje o pagamento de uma parcela ao ILFC, sob risco de perder aeronaves. Segundo ela, há investidores interessados na compra da Varig, mas são quase todos estrangeiros, que precisam de representantes brasileiros. Como a lei brasileira limita a participação de estrangeiros a 20% do capital social de uma companhia aérea, a situação se complica. De acordo com a sindicalista, corre sério risco de ser revertida a venda da empresa de logística da Varig, a VarigLog, para a Volo do Brasil, companhia que tem como sócia o fundo americano Matlin Patterson. De acordo com Balbino, essa venda foi importante porque representou a entrada de dinheiro vivo na Varig, mantendo-a em operação. Cancelamento de vôos Desde o último final de semana, a Varig já cancelou 65 vôos. A assessoria de imprensa da empresa explicou que a companhia tenta reprogramar seus vôos para se adequar ao novo tamanho de sua frota. Além disso, a assessoria ponderou que questões climáticas também influenciaram na suspensão.

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