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Reflexo da reforma no mercado de capitais começou nos últimos dois meses, segundo Anbima

Volume de ofertas de ações na primeira metade deste ano, com R$ 29,3 bilhões, já supera o total de 2018, que somou R$ 11,3 bilhões

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Por Fernanda Guimarães
Atualização:

O vice-presidente da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), José Eduardo Laloni, comemorou, em teleconferência com jornalistas, a aprovação da reforma da Previdência nesta quarta-feira, 10, em primeiro turno na Câmara, por um placar de 379 a 131. Segundo ele, esse passo para aprovação da reforma é um momento muito importante para o mercado de capitais e os reflexos desse movimento já começaram a ser antecipados pelo mercado nos últimos dois meses.

Plenário da Câmara aprova a reforma da Previdência em primeiro turno. Foto: Gabriela Biló/Estadão

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Laloni disse que o texto aprovado em primeiro turno foi muito superior ao que era aguardado pelo mercado no ano passado, tanto pela economia esperada ao longo de dez anos, quanto pela folga do placar da aprovação.

O volume das emissões neste ano, em especial a corrida das ofertas de ações no segundo trimestre, mostrou o mercado se antecipando em relação à aprovação da reforma, comentou. Laloni disse que os bancos de investimento estiveram bastante ocupados nos últimos meses, com a alta originação de ofertas.

O mercado aguarda agora, segundo o executivo, a continuidade do programa de reformas pelo governo, como o desenrolar da reforma tributária. O volume de ofertas de ações na primeira metade deste ano, com R$ 29,3 bilhões, já supera o total de 2018, que somou R$ 11,3 bilhões. Neste ano, do total, R$ 24,8 bilhões foram provenientes de ofertas subsequentes (follow ons) e R$ 4,4 bilhões de ofertas iniciais de ações (IPOs, na sigla em inglês), de Centauro e Neoenergia.

O vice-presidente da Anbima disse, ainda, que está muito otimista em relação às ofertas de ações para o próximo semestre. Ele comentou que os investidores estrangeiros, que até agora demonstraram cautela para direcionar os fluxos de capital ao Brasil, devem começar a se reposicionar. “Tivemos um belo sinal de que os investidores estrangeiros devem nos olhar de forma diferente”, disse.

A fatia ocupada pelos investidores estrangeiros nas ofertas de ações na primeira metade deste ano ficou em 41%, ante uma participação de 63,7% no ano anterior. Em 2018, a fatia dos estrangeiros ficou em 63,3% e a dos locais em 29,6%. Em 2015, estrangeiros ficaram com 67,3% dos volumes das ofertas de ações, o maior porcentual dos últimos anos, informa a Anbima.

Números

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As empresas brasileiras captaram no mercado externo e local R$ 212,6 bilhões no primeiro semestre do ano, crescimento de 23% em relação ao observado no mesmo intervalo do ano passado, segundo dados divulgados pela Anbima. Desse total, R$ 135,7 bilhões foram referentes ao mercado de renda fixa e híbridos no mercado domésticos, R$ 29,3 bilhões vindos de ofertas de ações e R$ 47,6 bilhões do mercado externo.

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