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Reforço do caixa do FMI ainda é incerto

Por CORRESPONDENTE e PARIS
Atualização:

Ao anunciar o aumento dos recursos do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE), os ministros de Finanças da zona do euro esperavam encerrar a polêmica sobre seu fundo e impulsionar as discussões a respeito da recapitalização do Fundo Monetário Internacional (FMI). A dúvida, entretanto, é saber como o incremento do MEE será recebido pela comunidade internacional, depois que alguns analistas da Europa classificaram a decisão como uma maquiagem. A preocupação é saber se, com a decisão de ontem, a Europa vai conseguir convencer seus parceiros de G-20 a injetarem dinheiro no FMI. A discussão é complexa: desde novembro de 2011, quando da cúpula do G-20 de Cannes, na França, a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, e o presidente da França, Nicolas Sarkozy, vinham sendo pressionados a ampliar os recursos disponíveis em seu fundo de emergências. A ideia era que a Europa constituísse o que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, chamou de "parede corta-fogo" contra a crise das dívidas. A ampliação do mecanismo tornou-se, então, uma condição para a recapitalização do FMI. Desde então, a comunidade internacional esperava um esforço significativo por parte da Europa. Ontem, o ministro de Economia da França, François Baroin, comemorou a decisão sobre o MEE e disse acreditar que o FMI também receberá novos recursos. As discussões sobre o tema começarão na próxima reunião ministerial do G-20, no mês que vem. "A zona do euro estará em posição de força para discutir o financiamento do FMI em abril", garantiu. De Washington, a diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, sinalizou que compartilha da opinião de Baroin. Em comunicado, ela parabenizou os ministros europeus por terem tomado uma decisão que apoiará os esforços para o aumento dos recursos do fundo monetário. Apesar do otimismo dos executivos, não é certo que o aumento do volume de recursos do MEE consiga convencer os países do G-20. A eventual recapitalização do FMI contava com o apoio dos emergentes, inclusive do Brasil, desde que fosse acompanhada da redistribuição das quotas e do poder no interior do FMI. A.N.

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