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Regiões convergem nos indicadores sociais

Trabalho mostra que o Índice de Desenvolvimento Social (IDS) do Nordeste saltou 250% entre 1970 e 2006, e o do Sudeste, apenas 70%

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Por Fernando Dantas
Atualização:

As regiões brasileiras passaram por um forte processo de convergência de desenvolvimento social desde 1970. O Índice de Desenvolvimento Social (IDS) da região mais pobre, o Nordeste, deu um salto de 250% de 1970 até 2006, saindo de 2,00 para 7,00, enquanto o da região mais rica, o Sudeste, cresceu 70%, de aproximadamente 5,0 para 8,56. A Região Sul, que tinha o maior IDS em 2006, de 8,70, saiu de um nível em torno de 4,5 em 1970. O País como um todo teve uma alta de 115% no IDS de 1970 até 2007, mas 42% desse aumento concentrou-se na década de 70, que corresponde a apenas 27% do tempo decorrido desde então. O Brasil saiu de um IDS de 3,84, em 1970, para 8,24 projetado para 2007. Em 1980, o índice já havia chegado a 5,68. O IDS é um índice criado por iniciativa do Instituto Nacional de Altos Estudos (Inae-Fórum Nacional), com a colaboração do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Ele leva em consideração cinco componentes: saúde, educação, trabalho, rendimento e habitação, e 12 subcomponentes. No caso de educação, por exemplo, os subcomponentes são a taxa de alfabetização e a média de anos de estudo. Roberto Cavalcanti de Albuquerque, diretor-técnico do Inae-Fórum Nacional, apresentou nesta terça-feira, segundo dia do Fórum, um trabalho com a evolução do IDS e seus componentes ao longo daquele período. Foram utilizados os Censos Demográficos de 1970, 1980, 1991 e 2000 e as Pesquisas Nacionais por Amostras de Domicílios (Pnads) de 2005 e 2006. Os dados de 2007 foram extrapolados. "Há uma elevada correlação entre o IDS e a renda per capita", disse Albuquerque, para explicar por que nos anos 70, a década do milagre econômico, o indicador subiu tanto. Em 2006, nenhum Estado apresentou IDS inferior a 5, número que caracteriza baixo desenvolvimento social. A pior classificação é a de Alagoas, com 6,22. O maior IDS entre as unidades da Federação é o do Distrito Federal (DF), com 9,19. Sete Estados, além do DF, têm alto desenvolvimento humano, como IDS acima de 8,5 - todos estão no Sul e Sudeste. Um total de 12 tem desenvolvimento humano médio-alto, entre 8,5 e 7,5, e 13 tem médio-baixo, todos no Norte e Nordeste. Santa Catarina, com IDS de 8,89 em 2006, tem o melhor desenvolvimento humano, excetuando-se o Distrito Federal. O terceiro é São Paulo, com 8,78. Apesar de estar atrás de Santa Catarina, São Paulo tinha uma renda per capita de US$ 14,5 mil em 2006 (no critério de paridade de poder de compra, que leva em conta o custo de vida), 24% acima dos US$ 11,7 mil de Santa Catarina. No componente saúde, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e DF tinham IDS acima de 9,9 em 2006, com Alagoas em último lugar, com 7,63. Em Educação, o DF destaca-se dos demais, com 10,0, e o pior é novamente Alagoas, com 5,4.

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