PUBLICIDADE

Publicidade

Regra impede acesso de usineiros a recursos do BNDES

Por Eduardo Magossi
Atualização:

Anunciado em janeiro como a solução para a renovação dos canaviais brasileiros e a retomada da produção de etanol, o Programa Pró-Renova do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e sua linha de crédito de R$ 4 bilhões ainda não chegou até as mãos dos produtores. "A época de plantio já passou e os bancos privados não conseguiram repassar os recursos para os produtores de cana", informa o diretor técnico da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Antonio Padua Rodrigues. Segundo ele, apesar de expressivo interesse do setor, ninguém conseguiu obter o crédito.O executivo informa que uma cláusula do programa está impedindo que os produtores tenham acesso aos recursos. Entre as exigências feitas pelo BNDES para a obtenção do crédito, está a apresentação de comprovação que todos os fornecedores de cana-de-açúcar da usina contratante estão com suas operações em linha com as regras ambientais. "Algumas usinas possuem mais de mil fornecedores e conseguir esta documentação em tão pouco tempo é quase impossível."Nas linhas oferecidas pelo BNDES anteriormente, a exigência era da usina requerente estar dentro das normas ambientais e esta exigência não era ampliada para seus fornecedores. "A regra nova acabou impedindo que os benefícios do plano fossem utilizados pelo setor", explicou.Renovação menorPádua ressalta que diante da impossibilidade de o setor pegar os recursos a tempo, a renovação do canavial deverá ficar abaixo do estimado anteriormente. "A reforma da lavoura será feita com recursos próprios dentro das possibilidades de caixa das usinas. Aquele aumento de renovação que deveria ocorrer com os recursos do BNDES deve ser postergado", disse.O diretor da Unica conta que o BNDES ficou de rever as exigências e realizar uma reunião com a entidade e bancos privados para que uma solução seja encontrada para o impasse. "Estamos na expectativa da realização desta reunião."

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.