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Relatório de inflação do BC aumenta projeção do IPCA

O Banco Central projeta agora que a inflação em 2004 ficará em 5,2% (ante projeção de 4,5% feita três meses atrás). Para 2005, o BC projeta inflação de 4,2% (ante 4% três meses atrás). A projeção para o crescimento do PIB em 2004 se manteve em 3,5%.

Por Agencia Estado
Atualização:

O Banco Central (BC) aumentou a projeção de inflação deste ano para 5,2%. É o que mostra o relatório trimestral de inflação, que o banco está divulgando hoje. A projeção para o IPCA acumulado de 2004 no relatório anterior, de dezembro do ano passado, era de uma inflação de 4,5%. A projeção para a inflação medida pelo IPCA no ano que vem também aumentou. No relatório anterior, era de 4%. No relatório atual, do primeiro trimestre do ano, passou para 4,2%. "A trajetória central associada ao cenário de referência mostra uma tendência de queda da inflação acumulada em 12 meses, partindo de 5,8% no primeiro trimestre até atingir 5,2% no final do ano, abaixo, portanto, da meta de 5,5% estabelecida para o ano", afirmam os diretores do BC no documento. Essa projeção foi feita com uma estimativa de juros constantes a 16,25% ao ano e uma taxa de câmbio de R$ 2,91 por dólar, patamar vigente na véspera da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). No relatório de dezembro de 2003, em que a projeção para a inflação ao final de 2004 era de 4,5%, a base era um juros constante de 16,5% ao ano e dólar cotado a R$ 2,94. Pelos cálculos feitos pelo BC, a queda da inflação ao longo de 2004 será gradual, com uma elevação marginal entre o terceiro e o quarto trimestre do ano. Ao final de março, o IPCA deverá acumular uma variação, em 12 meses, de 5,8%, de acordo com os cálculos do BC. Ao final do segundo trimestre, essa índice deverá estar em 5,4%. Seguindo essa trajetória, ao final de setembro o IPCA deverá estar acumulando uma alta de 5,1%, subindo para 5,2% ao final de dezembro. "Entre o último trimestre de 2004 e o primeiro trimestre de 2005, a inflação acumulada em 12 meses cai 0,5 ponto porcentual (indo para 4,7%), graças à substituição da inflação mais elevada do primeiro trimestre de 2004 (1,8%), por uma inflação mais moderada (1,3%)", afirmam os diretores do BC. Para o segundo trimestre de 2005, a expectativa do BC é que o IPCA, acumulado em 12 meses, estará com uma alta de 4%. Do segundo para o terceiro trimestre haverá uma reversão dessa trajetória de queda, com o IPCA indo para 4,3% e caindo, marginalmente, para 4,2% ao final do ano de 2005. "A nova redução projetada entre o primeiro e o segundo trimestres de 2005, com reversão parcial no terceiro trimestre, é devida à dinâmica da inflação dos preços administrados, que atribui maior concentração de reajustes no terceiro trimestre de 2005, comparativamente ao mesmo período de 2004", explicam os diretores. A projeção de inflação de 4,2% para 2005 é também menor do que a meta fixada pelo governo, que é de 4,5%. Projeção de crescimento do PIB se mantém em 3,5% O Banco Central manteve em 3,5% sua projeção para a taxa de crescimento da economia brasileira em 2004. "De acordo com o cenário de referência, que supõe manutenção da taxa de juros em 16,25% até o final de 2005, o crescimento previsto para 2004 é de 3,5%, inalterado, portanto, desde o último relatório", afirmam os diretores do BC no documento divulgado há pouco pela autoridade monetária. A estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) feita pelo Banco Central considerando as projeções do cenário de mercado aponta para crescimento de 3,7% este ano, um pouco abaixo dos 3,8% projetados no relatório de dezembro de 2003. IPCA deve cair a partir de março O relatório de inflação diz que se espera uma redução do IPCA a partir de março. A queda, de acordo com o texto, ocorrerá em função do esgotamento dos fatores sazonais do aumento da inflação do primeiro bimestre do ano e também em função do efeito, sobre a formação de preços, da reafirmação do compromisso da política monetária com o cumprimento das metas de inflação. Apesar disso, o relatório ressalta que alguns itens ainda poderão continuar pressionando a inflação ao longo do ano. O documento do BC destaca, neste caso, a evolução dos preços dos bens de consumo duráveis que, segundo o relatório, têm apresentado recuperação rápida das vendas e queda dos estoques. O texto também ressalta que os preços ao consumidor ainda poderão ser afetados por algum "potencial repasse" das elevações dos preços industriais, que vêm ocorrendo desde o final do ano passado.

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