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Relatório sobre Orçamento dos EUA destaca desafios de Obama

Por ANDY SULLIVAN
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O déficit orçamentário dos Estados Unidos continuará em níveis não vistos desde a Segunda Guerra Mundial, disseram nesta terça-feira analistas do Congresso por meio de um relatório que expõe o grande desafio do presidente Barack Obama, que deseja criar empregos e cortar gastos ao mesmo tempo. Obama, que não tem se saído bem em pesquisas, deve propor um congelamento de três anos em programas de gastos domésticos e um esboço de outras medidas para controlar déficits orçamentários recordes em seu discurso à nação na quarta-feira. O Escritório de Orçamento do Congresso, que não é filiado a nenhum partido, disse que o "rombo" para o atual ano fiscal deve chegar a 1,35 trilhão de dólares, uma leve melhora ante a previsão de 1,38 trilhão de dólares feita em agosto do ano passado. Mas o escritório alertou que o rápido crescimento da dívida pública federal pode sufocar a economia caso Obama e o Congresso não aumentem as receitas ou cortem gastos. O déficit é pouco menor que o recorde de 1,4 trilhão de dólares registrado no último ano fiscal, que acabou em setembro de 2009. Mas, representando 9,2 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), o buraco nas contas públicas ainda se mantém em patamares não vistos desde a Segunda Guerra Mundial. "No limite, isso deve fazer você se sentir melhor (com relação ao déficit). É suavemente positivo", afirmou Mark Pawlak, estrategista de mercado da Keefe Bruyette & Woods, em Nova York. Isso trará um pouco de conforto aos democratas do presidente Obama, que enfrentam severas críticas de republicanos por conta de gastos e um aumento da preocupação antes das eleições para o Congresso em novembro. "Parece que o céu é o limite para a maioria democrata, que gasta e empresta dinheiro", afirmou o senador Judd Gregg, principal republicano no comitê orçamentário. O comitê projetou que os déficits cairão abaixo de 3 por cento do PIB na metade da década, nível visto por muitos analistas como sustentável. Essa previsão exige que o Congresso mantenha várias medidas de isenção fiscal que devem expirar em breve em vez de renová-las, o que provavelmente não vai acontecer. Steny Hoyer, segundo mais importante democrata na Câmara dos Deputados norte-americana, disse nesta terça-feira que os democratas vão trabalhar para manter os incentivo fiscais à classe média. As medidas de corte no Orçamento também podem entrar em conflito com outra prioridade dos democratas: derrubar a taxa de desemprego no país, que atualmente está em 10 por cento. Um pacote voltado ao mercado de trabalho aprovado pela Câmara em dezembro deve chegar a 155 bilhões de dólares. O Senado está preparando uma medida similar. (Colaborou Donna Smith)

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