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Renda dos trabalhadores cai pelo 4 º mês consecutivo

Por Jacqueline Farid e Flavio Leonel
Atualização:

A renda real dos trabalhadores registrou em maio a quarta queda consecutiva em comparação ao mês anterior, mas continuou em trajetória de alta em relação a 2008. Entre especialistas, há os que alertam para a desaceleração no aumento da massa salarial (soma dos ocupados e da renda) e os que consideram os dados do rendimento um novo combustível para o consumo. O gerente da pesquisa mensal de emprego, Cimar Azeredo, disse que a queda de 1,1% no rendimento médio real dos trabalhadores em maio ante abril foi provocada "em parte pela inflação" e foi registrada especialmente nas camadas com renda mais alta. O chamado rendimento mediano (que contabiliza a camada do meio da renda total, situada entre os rendimentos 50% mais altos e os 50% mais baixos) foi de R$ 782 em maio, com alta de 3,7% ante abril. "Isso mostra que a perda se deu na faixa dos que ganham mais, o que tem a ver com a queda no emprego em segmentos que pagam melhores salários", disse Azeredo. Em maio, para o total dos ocupados, o rendimento médio real foi de R$ 1.311,70. Na comparação com maio de 2008, a renda ainda está 3% mais alta. A analista da Tendências Consultoria, Ariadne Vitoriano, contabilizou uma queda de 1,0% na massa salarial em abril ante maio o que, segundo ela, "indica desaceleração do consumo no curto prazo". Ela ressalta que em relação a maio de 2008 a massa ainda mostra expansão, mas "segue em trajetória de desaceleração". Ainda de acordo com Ariadne, o enfraquecimento da massa de renda já era esperado, já que os reajustes salariais devem ser menores neste ano em decorrência do enfraquecimento da atividade doméstica. O economista-sênior do BES Investimento, Flávio Serrano, ressaltou a expansão em relação ao mesmo período do ano passado. "Em relação ao ano passado, houve uma ligeira melhoria no número de ocupados e uma variação positiva de rendimento. A massa salarial se expandiu", afirmou. "No primeiro trimestre, foi a massa salarial que sustentou a atividade econômica. Agora, esse ritmo de crescimento está mais comedido, mas ainda há uma expansão."

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