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Renda em dezembro foi a menor já verificada em SP desde 1985

Por Agencia Estado
Atualização:

Os rendimentos médios verificados em dezembro de 2004 na Grande São Paulo, de R$ 1.013 para os ocupados, queda de 0,4% em comparação a novembro, e de R$ 1.071 para os assalariados, baixa de 1,8% sobre o mês anterior, são os menores já verificados desde 1985, quando a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) começou a ser produzida, informaram hoje os técnicos da Fundação Seade e do Dieese. "Estamos num patamar muito baixo de rendimentos e acreditávamos que, com a expansão do emprego, poderia haver melhora, mas isso até agora não aconteceu", disse o diretor-técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio. Para chegar a esta conclusão, os técnicos utilizaram a inflação apurada pelo Índice de Custo de Vida (ICV), calculado pelo Dieese. A massa de rendimentos na comparação entre dezembro de 2003 e o mesmo mês de 2004 teve retração de 0,9%, entre ocupados, e crescimento de 2,5%, entre assalariados. "A massa de rendimentos entre assalariados cresce única e exclusivamente pelo aumento do emprego, porque os salários médios estão em queda", enfatizou o coordenador de análise da PED pela Fundação Seade, Alexandre Loloian. Dessa forma, ele descartou o risco de pressões inflacionárias vinculadas a aumentos salariais. Segundo Ganz Lúcio, a "retomada do rendimento" não acontece, até o momento, porque boa parte dos empregos oferecidos na Grande São Paulo ainda são de baixa qualidade, sem registro em carteira de trabalho e também para trabalhadores autônomos. "Muitos empregos estão concentrados em serviços e serviços domésticos, e construção civil, com salários inferiores aos das indústria", comentou o especialista. Maior queda foi na indústria No grupo dos trabalhadores assalariados do setor privado, a indústria registrou a maior redução salarial entre dezembro de 2003 e de 2004, de 6,7%. Enquanto em dezembro de 2003 o rendimento médio na indústria era de R$ 1.204, no mesmo mês do ano seguinte atingiu R$ 1.124. "A indústria tem promovido contratações de autônomos e trabalhadores sem registro em carteira, com níveis salariais menores", apontou Ganz Lúcio.

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