PUBLICIDADE

Renda em janeiro foi a pior marca para o mês desde 1985

Por Agencia Estado
Atualização:

A Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), da Fundação Seade e do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese), apontou que é contínua a queda dos rendimentos médios reais de ocupados e assalariados, que baixaram em janeiro 1,6% e 1,7%, respectivamente, sobre dezembro de 2004, e passaram a valer R$ 1.006 e R$ 1.062. Para os assalariados, o rendimento obtido em janeiro deste ano está no mesmo patamar de janeiro de 2003. No caso dos ocupados, a situação é ainda pior, pois os R$ 1.006 registrados há dois meses como rendimento médio foi a pior marca alcançada nos meses de janeiro desde 1985. Desde outubro, foi registrada uma queda acumulada na renda, de 3,54% para os assalariados e de 5,34% para os ocupados. Num período de 12 meses, entre janeiro deste ano e o mesmo mês de 2004, a queda ficou em 4,9% para os ocupados e 3,8% para os assalariados. "Verificamos que, entre fevereiro de 2004 e o mês passado, foram criados 380 mil empregos na Grande São Paulo. Contudo, é possível avaliar que boa parte destes novos postos de trabalho estão sendo baseadas em salários menores, o que é fruto de um nível de desemprego muito elevado", comentou o diretor-técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio. De acordo com o economista, "essa realidade fez com que a massa de rendimentos dos ocupados e assalariados caísse 2,3% e 2,1%, respectivamente, entre dezembro de 2004 e janeiro de 2005, principalmente por causa das quedas dos rendimentos médios". Ele lembrou que, em comparação a janeiro do ano passado, a massa de rendimento dos ocupados caiu 0,9%, enquanto a dos assalariados subiu um pouco (0,6%). Setor privado No setor privado, o salário médio real caiu 1,1% entre dezembro de 2004 e janeiro de 2005, devido à queda dos rendimentos pagos ao Comércio (2,5%) e Serviços (3,9%), que foi compensado pelo aumento na Indústria (3,4%). Entre janeiro de 2005 e janeiro de 2004, o rendimento médio dos assalariados do setor privado caiu 4,4%, em função da redução no Comércio (11,2%) e em Serviços (5,6%), o que foi levemente atenuado pelo crescimento de 1,1% na Indústria. Entre dezembro do ano passado e janeiro de 2005, foi registrado uma queda, de 1,5%, do rendimento médio dos trabalhadores assalariados com carteira assinada das empresas privadas. Quanto aos trabalhadores sem carteira, houve uma redução de 0,5%. Os salários destes dois grupos passaram a valer R$ 1.108 e R$ 658, respectivamente. O rendimento médio dos autônomos, no mesmo período, caiu 0,5% e ficou em R$ 733. Comparado com janeiro de 2004, esse rendimento aumentou 4,1% e os registrados pelos assalariados com e sem carteira assinada baixaram 3,2% e 10%, respectivamente. Renda segmentada por sexo Em janeiro deste ano, o rendimento médio dos homens ficou em R$ 1.181, valor 2% abaixo do valor de dezembro, enquanto o recebido pelas mulheres caiu 0,9% e passou a valer R$ 796. Esses dados indicam que as mulheres receberam 67,5% do rendimento aferido pelos homens, uma parcela pouco superior à registrada em dezembro (66,8%). Em comparação com janeiro de 2004, o rendimento dos homens caiu 5,9% e o das mulheres, 2,3%. A PED apurou que, entre dezembro e janeiro, o valor máximo recebido pelos 10% de ocupados mais pobres (R$ 202) e o valor mínimo obtido pelos 10% de ocupados mais ricos (R$ 2.029) apresentaram quedas de 0,9% e 0,8%, respectivamente. Comparados a janeiro de 2004, os valores destes dois segmentos caíram 6,6%.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.