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Renda fixa e cambiais foram os melhores do ano

A valorização do dólar foi um pouco mais elevada que a remuneração dos títulos de renda fixa, tanto pré como pós-fixados, mas sofreu muitas oscilações. As aplicações que aliaram melhor rentabilidade e segurança foram as corrigidas por juros.

Por Agencia Estado
Atualização:

Quem soube comprar e vender na hora certa ganhou muito dinheiro na Bolsa e com o dólar, que oscilaram muito em um ano de choques e incertezas. Mas para o investidor que aplicou os seus recursos no primeiro dia do ano e os resgatou hoje, a valorização do dólar ligeiramente superior à correção dos fundos DI não compensou os vários sustos ao longo de 2001. Já os fundos cambiais renderam bem mais. Os investidores que aplicaram na moeda norte-americana em 2 de janeiro comemorava valorização de 45,91% em 21 de setembro, logo após os atentados terroristas nos Estados Unidos, o Brasil amargava o auge da crise energética e a Argentina preocupava os investidores, que já anteviam o atual colapso econômico do país. Desde lá, até as perspectivas de recuperação da economia norte-americana melhoraram, e o dólar não parou de cair, acumulando no ano uma valorização de 18,67% no oficial e 20,37% no paralelo. Os fundos cambiais, mais seguros que o dólar, foram a melhor aplicação do ano, rendendo 27,04%. Vale lembrar que os recursos em cambiais pagam 20% sobre o rendimento mensalmente, o que reduz consideravelmente o ganho. A renda fixa não foi mau negócio, especialmente dada a segurança. O ano começou com as taxas de juros mais baixas dos últimos anos. A Selic - taxa básica referencial de juros da economia - oscilou entre 15,25% ao ano e 16,75% ao ano entre julho de 2000 e junho de 2001. Porém, os vários fatores de instabilidade que fizeram o dólar disparar forçaram a autoridade monetária a elevar os juros rapidamente, e em julho a Selic chegou aos atuais 19% ao ano. Com isso, a remuneração dos investimentos atrelados aos juros passaram a apresentar rendimento mais elevado, sem o risco das demais aplicações. Os fundos de renda fixa valorizaram-se em 16,78% (pós-fixados, ou DI) e 15,94% (prefixados). O CDB para médias quantias rendeu 15,95% e a caderneta de poupança, 8,52%. Quem aplicou na Bolsa de Valores de São Paulo, amargou um ano ruim, com perda de 11,02%. O resultado foi pior para quem comprou no pico, em 26 de janeiro, e vendeu em 14 de setembro, logo após os atentados terroristas nos Estados Unidos: queda de 43,91%. Mas, para quem comprou nesse momento de muito nervosismo, o ganho até agora é significativo, chegando a 35,31%. O investidor que tivesse bola de cristal ou um faro muito aguçado, e conseguisse aliar os ganhos com o dólar até setembro ao rendimento da Bolsa desde então, poderia comemorar duplamente, com uma carteira valendo cerca de 90% a mais nessa virada de ano. Veja no link abaixo o ranking das aplicações no mês de dezembro.

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