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Renda maior indica crescimento econômico, porém insuficiente

A afirmação é o presidente da CUT, Artur Henrique da Silva Santos, comentando o crescimento de 7,7% da renda média do trabalhador em maio

Por Agencia Estado
Atualização:

A expansão de 7,7% da renda média real do trabalhador em maio, ante o mesmo mês do ano passado, apurada pela Pesquisa Mensal de Emprego do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em seis capitais, demonstra que o País parece ter ingressado num ciclo de crescimento econômico acentuado, "mas que ainda necessita ser mais acelerado". A opinião parte do presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), maior central sindical de trabalhadores do País, Artur Henrique da Silva Santos. "Não podemos nos acostumar com resultados positivos mas insuficientes para incorporar a massa de trabalhadores que estão na economia informal e daqueles que ingressam no mercado de trabalho todo ano", avaliou o líder sindical à Agência Estado. Ele entende que o processo de crescimento da economia precisa ser "acelerado" por meio de quedas maiores da Selic e diminuição do superávit primário do governo federal. "Nosso entendimento é que é possível, embora não seja fácil, o País buscar uma fórmula macroeconômica capaz de manter controle inflacionário, redução dos juros e superávit primário, e de investimentos públicos nas áreas social e de infra-estrutura", opinou. Controle inflacionário Demonstrando lucidez, Artur destaca a importância do controle inflacionário como um dos principais fatores a pesar para o ganho de renda média real do trabalhador brasileiro. "O controle de inflação e o recuo de alguns preços, como itens da cesta básica, ampliam o poder de consumo dos salários", ponderou. O presidente da CUT credita, além do controle inflacionário, o reajuste do salário mínimo e a ampliação das contratações com carteira assinada como os fatores que levaram ao crescimento da renda média dos trabalhadores. "O impacto do reajuste do mínimo acima da inflação foi muito positivo porque empurra uma série de categorias a elevar seus pisos salariais, antes abaixo do mínimo, como também é um fator predominante para colocação de renda no mercado de consumo", justificou. Apesar disso, insistiu o sindicalista, é preciso que o governo e os agentes econômicos se preocupem em "potencializar" o crescimento da economia brasileira. "Temos condições de obter, simultaneamente, expansão de renda e emprego se houver crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em patamares mais elevados do que os atuais. Mantemos uma avaliação positiva sobre o comportamento do mercado de trabalho, mas o crescimento ainda é incompatível com nossas necessidades para atender o ingresso de universitários todos os anos nesse mercado e também aquelas pessoas que permanecem na economia informal", reiterou. "Precisamos de metas de crescimento econômico e do emprego que sejam tão importantes quanto as metas de inflação."

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