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Rendimento médio caiu 11,7% em SP em 3 anos, diz Iets

Por Agencia Estado
Atualização:

O rendimento médio das pessoas ocupadas em São Paulo caiu 11,7% entre 1998 e 2001, segundo levantamento do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade (Iets). Foi a maior queda dentre as seis regiões metropolitanas regularmente pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Além disso, o recuo da renda paulistana é 25% maior do que a queda média de 9,4% registrada no País no período. Na prática, o rendimento médio mensal em São Paulo caiu de R$ 983 em 1998 para R$ 868 no ano passado. O recuo da renda em São Paulo, conforme as classes de pessoal ocupado, ficou assim: trabalhadores com carteira assinada -9%, por conta própria -12,4%, funcionários públicos -7,4% e empregadores -16,7%. Neste período, houve crescimento apenas no grupo de pessoas ocupadas sem carteira assinada: 4,4%, muito abaixo, contudo, da média nacional da categoria, de 7%. De forma geral, os resultados relativos ao primeiro trimestre deste ano, segundo o economista do UFRJ e do Iets, André Urani, sinalizam uma deterioração do mercado de trabalho. Isto porque continua a queda do rendimento médio, associada ao aumento da taxa de desemprego. O mais recente boletim do instituto conclui que "a retração dos rendimentos no início deste ano acontece de forma expressiva para todas as regiões metropolitanas". "O comportamento do mercado de trabalho está ruim", diz Urani. O economista da UFRJ pondera, entretanto, que este era um comportamento "mais do que esperado", talvez até "menos ruim do que se poderia esperar", levando em conta a série de problemas enfrentados desde o segundo trimestre do ano passado, como o agravamento da crise argentina e o aumento da taxa de juros, seguidos do racionamento e dos efeitos dos atentados terroristas na economia mundial. De janeiro a abril deste ano, o crescimento do emprego não foi suficiente para absorver a entrada de pessoas no mercado de trabalho. O desemprego aumentou de 6% no primeiro trimestre de 2001 para 7% este ano. Um fenômeno novo, explica Urani, é que o desemprego avança, apesar do aumento de pessoal ocupado. Como a taxa leva em conta a soma de gente trabalhando mais as pessoas à procura de emprego, quando este contingente avança, como ocorreu, cresce também o índice. Por regiões, o desemprego avançou quase dois pontos em São Paulo no primeiro trimestre, passando de 5,9% no ano passado para 7,8% nos primeiros três meses deste ano. No Rio, o aumento foi de 1,5 ponto porcentual, passando de 3,9% para 5,4%. Ainda em São Paulo, o rendimento médio em fevereiro recuou 6,9%, com relação ao mesmo mês em 2001. Na mesma comparação, por setores econômicos, as quedas na renda em São Paulo foram no setor de construção civil (-15,4%), serviços (-11,1%), comércio (-2%) e indústria da transformação (-1,7%).

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